Folha de S. Paulo


EI pratica genocídio no Iraque e na Síria, afirma governo americano

A violência praticada pelo Estado Islâmico contra cristãos, indivíduos da minoria yazidi e xiitas na Síria e no Iraque configura genocídio, afirmou o secretário de Estado americano, John Kerry.

"Em minha avaliação, o Daesh [acrônimo em árabe para Estado Islâmico] é responsável por genocídio contra grupos no território sob seu controle", afirmou o americano nesta quinta-feira (17).

"O fato é que o Daesh mata cristãos porque eles são cristãos, yazidis porque são yazidis e xiitas porque são xiitas."

O secretário afirmou que ele não é "juiz, promotor ou júri" e que potenciais acusações criminais contra o grupo extremista precisa ser resultado de uma investigação internacional independente.

A declaração de Kerry nesta quinta cumpre o prazo dado pelo Congresso americano para que a administração de Barack Obama se manifestasse sobre a violência do Estado Islâmico como genocídio ou não.

Na quarta (16), o Departamento de Estado havia afirmado que o prazo não seria cumprido, mas que Kerry daria uma posição "em breve". O prazo acabou sendo cumprido.

De acordo com uma convenção adotada pela Assembleia Geral da ONU em 1948, são configurados como genocídio mortes, ataques e variadas interferências com a intenção de destruir, em todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

A classificação das atrocidades como genocídio pode facilitar a argumentação dos Estados Unidos por maiores ações contra o Estado Islâmico, mas não cria obrigações legais para os americanos.

Essa é a segunda vez que uma administração americana aponta genocídio durante a ocorrência do conflito. A primeira vez foi em 2004, em Darfur (Sudão).


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