Folha de S. Paulo


Às vésperas de visita de Obama, EUA aliviam restrições a viagens a Cuba

O governo dos EUA anunciou nesta terça-feira (15) que afrouxou as regras para viagens de americanos a Cuba e para o uso de dólar pelo governo da ilha.

As medidas visam eliminar obstáculos à aproximação entre os dois países cinco dias antes da visita histórica do presidente Barack Obama a Havana.

Os americanos podem, a partir de agora, fazer viagens a Cuba por conta própria sem precisar fazer parte de uma excursão organizada por agências de turismo –geralmente mais caras.

Joaquin Hernandez/Xinhua
(160315) -- HAVANA, March 15, 2016 (Xinhua) -- Employees work on the repair of the Latinoamericano Stadium where will held the friendly baseball match between Tampa Bay Rays of U.S. and the Cuban national team, in the framework of the visit of the U.S. President Barack Obama in Havana, Cuba, on March 14, 2016. The White House has recently announced Obama's planned visit to Cuba on March 21-22, making him the first U.S. sitting president in 88 years to do so. (Xinhua/Joaquin Hernandez) (lyi)
Estádio que receberá partida de beisebol entre time dos EUA e de Cuba durante visita de Obama

Ainda é necessário que o viajante preencha um formulário afirmando que sua viagem tem fins educacionais, e não turístico.

A medida deve ajudar a preencher os voos comerciais que as companhias aéreas norte-americanas pretendem lançar nos próximos meses.

As novas medidas também permitirão que bancos norte-americanos processem transações do governo cubano que até agora não passavam pelo sistema bancário dos EUA.

A proibição de tais operações limita a capacidade de Cuba para exportar e importar mercadorias e seu fim é uma das maiores reclamações da ilha sobre o embargo comercial dos EUA.

A ação desta terça integra a quinta rodada de medidas executivas do governo Obama destinadas a contornar o embargo a Cuba enquanto o Congresso não permite o seu fim.

Mais de um ano após Obama e o ditador Raúl Castro anunciarem o restabelecimento das relações diplomáticas –em dezembro de 2014–, as empresas dos EUA podem agora produzir bens em Cuba, exportar para o governo cubano e fazer voos regulares à ilha.

A cadeia de hotéis Starwood diz que em breve espera obter aprovação do governo dos EUA para gerir hotéis em Cuba.

"As etapas de hoje se fazem sobre as ações dos últimos 15 meses, enquanto continuamos a quebrar barreiras econômicas, a capacitar o povo cubano e a fazer avançar suas liberdades financeiras, traçando um novo rumo nas relações EUA-Cuba", disse o secretário do Tesouro, Jacob J. Lew.

Em vez de responder rapidamente às medidas do governo dos EUA com aberturas correspondentes na economia cubana, o governo Castro tem dado passos lentos, levantando questões sobre quão significativo será o comércio entre os dois países até o fim do governo Obama.

A administração Obama já legalizou exportações de bens que vão de material de construção a peças para tratores, mas esse comércio ainda não começou.

E enquanto navios de cruzeiro europeus já fazem aparições regulares no porto de Havana, linhas norte-americanas ainda não receberam aprovação de Cuba meses depois de obter sinal verde do Departamento do Tesouro dos EUA.


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