Folha de S. Paulo


Irã realiza novos testes com mísseis que poderiam alcançar Israel

O Irã realizou testes com dois mísseis balísticos, nesta quarta-feira (9), em direta provocação a Israel.

Segundo informou a imprensa estatal iraniana, os mísseis têm capacidade para alcançar Israel e foram lançados com a frase "Israel deve ser apagado das páginas da história" escrita neles.

Mahmod Housseini/AFP
A long-range Qadr ballistic missile is launched in the Alborz mountain range in northern Iran on March 9, 2016. Iran said its armed forces had fired two more ballistic missiles as it continued tests in defiance of US warnings. / AFP / TASNIM NEWS / MAHMMOD HOUSSEINI ORG XMIT: AK897
Irã realiza mais testes com mísseis balísticos nesta quarta (9), após críticas de americanos

"A razão pela qual projetamos nossos mísseis com alcance de 2.000 km é para poder atingir nosso inimigo sionista de uma distância segura", afirmou o general Amir Ali Hajizadeh, chefe da divisão aeroespacial da guarda revolucionária, de acordo com a agência ISNA. "Israel é rodeado por países islâmicos e não vai durar muito na guerra."

O ponto mais próximo entre o Irã e Tel Aviv e Jerusalém fica a cerca de 1.000 km.

Os testes foram realizados durante uma visita de dois dias do vice-presidente americano, Joe Biden, a Israel e um dia após os Estados Unidos criticarem um outro teste com mísseis, afirmando que Washington pretende levar o caso para discussão pelo Conselho de Segurança da ONU.

Apesar da ameaça, o general Hajizadeh afirmou que o Irã não pretende começar nenhuma guerra. "Não seremos nós que começaremos uma guerra, mas não seremos pegos de surpresa", ele afirmou.

Está em vigor um acordo nuclear com o Irã, negociado pelo presidente moderado Hasan Rowhani. Demonstrações de força, no entanto, têm surgido da parte das integrantes linha-dura das forças de segurança do país. O acordo assinado pelo Irã não abarca o lançamento de mísseis.

O ministro israelense Moshe Yaalon (Defesa) afirmou à Radio Israel que os testes mostram que a hostilidade demonstrada pelo Irã não mudou mesmo após o acordo nuclear. Os Estados Unidos reafirmaram, nesta quarta (9), a disposição de levar o caso à discussão pela ONU.

A pré-candidata democrata à Casa Branca e ex-secretária de Estado americano, Hillary Clinton se disse "muito preocupada" com os testes iranianos e cobrou sanções contra o país.


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