Folha de S. Paulo


Juíza argentina se diz 'incapacitada' para investigar morte de promotor

A juíza criminal argentina Fabiana Palmaghini declarou-se "incapacitada" para continuar a liderar a investigação sobre a morte do promotor Alberto Nisman por entender que a causa deva tramitar em nível federal.

A juíza tomou a decisão nesta terça (1º) após ouvir, na segunda-feira (29), por mais de 12 horas, o testemunho de Antonio Stiuso, ex-agente da Secretaria de Inteligência do Estado (Side).

O processo será agora enviado os tribunais federais do bairro do Retiro, em Buenos Aires, onde se definirá qual juiz assumirá a investigação.

A morte do promotor Alberto Nisman já completou um ano.

Em 18 de janeiro de 2015, o promotor foi encontrado morto em seu apartamento, quatro dias após denunciar a ex-presidente Cristina Kirchner por supostamente encobrir o envolvimento do Irã no atentado contra a entidade judaica Amia (Associação Mutual Israelita).

O atentado aconteceu em 1994, quando a explosão de uma caminhonete em frente à associação deixou 85 mortos e cerca de 300 feridos.

O corpo de Nisman, com um tiro na cabeça, estava no banheiro de seu apartamento no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires.

A morte de Nisman e o ataque, que ele investigava como promotor oficial desde 2004, permanecem sem provas concretas e sem esclarecimentos.

Em meados de janeiro, pouco mais de um mês após assumir a Presidência, Mauricio Macri, publicou um decreto que ordena o fim da confidencialidade para toda documentação relacionada à morte do promotor.


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