Folha de S. Paulo


Cuba libera viagens ao exterior a dissidentes antes de visita de Obama

O governo cubano deu permissão para que sete renomados ativistas do país façam, cada um, uma viagem internacional e depois voltem a Cuba, informaram os ativistas nesta quarta-feira (24).

O anúncio foi feito poucas semanas antes de o presidente Barack Obama desembarcar em Havana, na primeira viagem de um presidente americano ao país desde 1928.

Claudia Daut - 28.set.2007/Reuters
Dissidente cubana Marta Beatriz Roque dá entrevista em Havana em setembro de 2007
Dissidente cubana Marta Beatriz Roque dá entrevista em Havana em setembro de 2007

É esperado que, nessa viagem histórica, Obama tenha encontros com dissidentes e grupos da sociedade civil.

"No próximo mês, eu viajarei a Cuba para ampliar nossos progressos e esforços que podem melhorar a vida do povo cubano", disse o presidente americano no Twitter, na semana passada.

A autorização para uma viagem ao exterior foi dada a sete de 11 dissidentes presos em 2003, durante a chamada "Primavera Negra", e depois liberados.

De acordo com integrantes desse grupo, a viagem foi autorizada pelas autoridades sob alegação de bom comportamento.

A ativista Marta Beatriz Roque, que recebeu permissão para viajar e pretende ir aos Estados Unidos, afirmou acreditar que a liberação das viagens deve-se à visita de Obama.

Ela criticou, no entanto, o fato de apenas uma viagem ter sido autorizada por pessoa e a manutenção do veto a viagens aos demais quatro integrantes do grupo preso em 2003.

Jorge Olivera, outro dissidente beneficiado, também reclamou de a permissão não ter sido dada a outros cubanos presos no passado.

"Eles disseram a alguns de nós que foi por bom comportamento. Na verdade, é totalmente arbitrário."


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