Folha de S. Paulo


Potências concordam com cessar-fogo na Síria dentro de uma semana

As potências mundiais concordaram nesta quinta-feira (11), em reunião em Munique (Alemanha), em implementar um cessar-fogo na Síria e ampliar a entrega de ajuda humanitária às pessoas apanhadas no conflito.

Após a reunião na cidade alemã, que incluiu a Rússia e mais de uma dúzia de outros países, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que a implementação do acordo deve acontecer em uma semana.

Kerry disse que todos os países que participaram do encontro concordaram com o fato de que as negociações de paz na Síria devem ser retomadas em Genebra (Suíça) o mais breve possível.

O secretário do Exterior britânico, Philip Hammond, disse que o fim da luta só poderá ter sucesso se a Rússia parar com os ataques aéreos em apoio às forças sírias.

George Ourfalian - 6.fev.2016/AFP
Syrian government soldiers celebrate after taking control of the village of Ratian, north of the embattled city of Aleppo, from rebel fighters on February 6, 2016. Thousands of Syrians fled towards Turkey as regime troops pressed a major Russian-backed offensive around Aleppo, that threatens a fresh humanitarian disaster. / AFP / GEORGE OURFALIAN
Soldados sírios festejam a retomada da cidade de Ratian, perto de Aleppo, no norte da Síria

Se executado, o acordo, forjado pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria, marcaria a primeira parada formalmente decretada na guerra na Síria desde que ela começou, em 2011.

Mas o cessar-fogo seria parcial e muito frágil, já que não inclui o Estado Islâmico e a Frente Al-Nusra, ambos designados como organizações terroristas pela Organização das Nações Unidas.

Kerry e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, não disseram se os líderes de todos os grupos rebeldes sírios concordaram com a proposta.

As autoridades americanas também se preocupam com o fato de que o cessar-fogo congelaria em suas posições as forças do ditador sírio Bashar al-Assad, que recentemente retomaram áreas da oposição com a ajuda de bombardeios aéreos da Rússia.

A cidade de Aleppo, nas mãos dos rebeldes há quatro anos, está cercada por tropas de Assad e tem sido bombardeada pelos russos.


Endereço da página: