Folha de S. Paulo


Israel fecha acessos de Ramallah após ataque de palestino a soldados

O Exército de Israel bloqueou nesta segunda-feira (1º) os acessos à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, um dia depois que três soldados se feriram depois que um policial palestino abriu fogo contra um posto de controle.

Segundo os militares, só moradores poderão entrar na maior cidade do território palestino e a saída será permitida em casos humanitários. Os estrangeiros que moram na região também serão obrigados a cumprir a medida.

Abed Al Hashlamoun/Efe
Soldados israelenses observam protesto contra Israel no domingo (31) em Hebron, na Cisjordânia
Soldados israelenses observam protesto contra Israel no domingo (31) em Hebron, na Cisjordânia

Todos os acessos à cidade estão bloqueados por tropas de Israel. O mesmo vale para o posto de controle atacado no último domingo (31), que é usado frequentemente por jornalistas, diplomatas e ativistas.

A medida impedirá que milhares de palestinos e estrangeiros cheguem a Ramallah, sede do governo da Autoridade Nacional Palestina. O governo palestino ainda não comentou sobre o cerco.

O fechamento de acessos à cidades palestinas era comum durante a última Intifada palestina, que terminou em 2006, mas raros nos últimos anos. Ele acontece após meses de tensão entre palestinos e israelenses.

A última onda de violência na região teve início em julho devido às tensões religiosas e políticas envolvendo a mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, que é local sagrado tanto para muçulmanos quanto para judeus.

O acesso à Esplanada das Mesquitas, onde fica o templo, é permitido aos fiéis de ambas as religiões, mas só a oração islâmica é permitida no local. Nos últimos meses, porém, judeus radicais vêm burlando a regra.

Isso provocou a revolta dos palestinos e, com ela, cresceu o número de ataques contra israelenses, na maioria feitos por pessoas sem associação direta com grupos radicais palestinos e fomentados pelas redes sociais.

Desde 1º de outubro, no auge da onda de violência, pelo menos 161 pessoas morreram do lado palestino, a maioria delas acusadas ou autoras de ataques. Do lado israelense, foram 27 mortos, sendo um americano e um eritreu.

Na manhã desta segunda, as forças israelenses mataram outro palestino na Cisjordânia que tentou atacar a facadas um soldado quando se aproximou de outro posto de controle.


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