Folha de S. Paulo


Povoado italiano celebra o primeiro nascimento em 28 anos

Wikimedia/Francofranco56
Apenas cerca da metade da população de Ostana vive na cidade o ano todo (Foto: Wikimedia/Francofranco56)
Apenas cerca da metade da população de Ostana vive na cidade o ano todo

Uma pequena cidade no norte da Itália, Ostana, está comemorando o primeiro nascimento em mais de 28 anos.

O bebê, Pablo, nasceu na semana passada em um hospital da cidade de Turim, a uma hora e meia de Ostana. Com isso, o número de habitantes da pequena cidade chegou a 85 apesar de apenas metede destes viverem permanentemente no local, de acordo com o jornal "La Stampa".

O prefeito da cidade, Giacomo Lombardo, disse que a chegada de Pablo é um "sonho que virou realidade" para a pequena comunidade.

A população de Ostana caiu de forma dramática nos últimos cem anos.

No começo do século 20 cerca de mil pessoas moravam na cidade. Mas, depois da Segunda Guerra Mundial, a taxa de natalidade caiu de forma progressiva.

"A queda real começou em 1975, com o nascimento de apenas 17 bebês entre 1976 e 1987, o ano em que o último deles nasceu –até o pequeno Pablo", afirmou o prefeito.

REVERTENDO A TENDÊNCIA

Ostana está tentando reverter esta tendência e um dos caminhos é criar novos empregos na cidade.

Os pais de Pablo, Silvia e José, por exemplo: há cinco anos eles estavam planejando deixar Ostana mas desistiram quando foi oferecida uma oportunidade de emprego, gerenciar um refúgio na montanha próxima da cidade.

E alguns moradores acreditam que a história desta família representa o que poderia acontecer com outras comunidades de montanha na Itália.

"Decisões como as de Silvia e José são individuais, mas se multiplicam", disse Marco Bussone, da União Nacional de Comunidades e Cidades de Montanha.

Para ajudar na regeneração destas comunidades, Bussone sugere a criação de novas regras como a isenção de impostos para negócios locais.

Muitas cidades pequenas da Itália estão lutando contra a queda na população, que aumenta à medida que os jovens se mudam para buscar emprego em cidades maiores.

Os italianos já tentaram várias opções: desde oferecer casas vazias de graça até o ato mais desesperado de um prefeito que decidiu "proibir" que os moradores de seu vilarejo ficassem doentes.

Enquanto não se encontra uma solução, Ostana vai fazer festa para a chegada de Pablo e, segundo o "La Stampa", foi colocada uma escultura de uma cegonha na entrada da cidade com um pequeno pacote azul no bico.


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