Folha de S. Paulo


Ativista saudita que busca libertar marido e irmão é detida

A ativista saudita Samar Badawi, que lidera campanha para tirar da cadeia seu marido e seu irmão, foi presa nesta terça-feira (12), segundo outros ativistas e organizações de direitos humanos.

Acredita-se que Samar Badawi tenha sido detida em Jiddah por publicar em uma página do Twitter mensagens em defesa da libertação de seu marido, o ativista Waleed Abulkhair. Ele cumpre uma pena de 15 anos por acusações relacionadas a seu trabalho como advogado.

Arquivo Pessoal
A ativista saudita Samar Badawi posa com a filha usando camisetas pedindo a libertação de seu marido, o advogado Waleed Abulkhair. Foto Arquivo Pessoal ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
A ativista saudita Samar Badawi pede a libertação de seu marido, o advogado Waleed Abulkhai

Ela também é irmã do blogueiro saudita Raif Badawi, que foi sentenciado a dez anos de prisão e mil chibatadas por insultar a estrita visão da monarquia saudita sobre o islã. Ele recebeu suas primeiras 50 chibatadas no ano passado, gerando comoção e revolta em vários países.

Segundo tuítes da esposa de Raif Badawi, Ensaf Haidar, que vive no Canadá, Samar foi levada após horas de interrogatório à prisão central de Dharhan, localizada em uma área isolada a 87 quilômetros de Jiddah. É lá que Raif está preso.

A Anistia Internacional condenou a prisão de Samar, dizendo que este é "o exemplo mais recente da completa repulsa da Arábia Saudita" pelos direitos humanos, e que comprova "a intenção das autoridades em suprimir quaisquer sinais de dissenso pacífico".

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Em depoimento à Folha em março, Samar relatou já ter sido detida por sete meses por desobediência, e disse que temia "ser presa a qualquer momento".

"A rigidez do governo chega a tal ponto que a Justiça nos acusa de sujar a imagem do país, como se fôssemos terroristas", afirmou, na época. "Não vou parar de exigir a libertação imediata de todos os presos políticos, o fim de todas as formas de tortura, a reforma das leis que restringem os direitos das mulheres sauditas e a abolição da tutela masculina."


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