Folha de S. Paulo


Novo líder do Parlamento venezuelano divide opositores

A subida ao púlpito da Assembleia Nacional como presidente do Parlamento nesta terça coroou a longa carreira política de Henry Ramos Allup, 72.

De estilo combativo e oratória sofisticada, o deputado foi personagem central da campanha para a eleição parlamentar, na qual ganhou apoio dos setores radicais ao prometer acabar com o governo.

Miguel Gutiérrez/Efe
O novo presidente da Assembleia, Ramos Allup (dir.), e seu vice, Enrique Márquez, prestam juramento
O novo presidente da Assembleia, Ramos Allup (dir.), e seu vice, Enrique Márquez, prestam juramento

Ramos Allup comanda a sigla centrista Ação Democrática (AD), que dominou, com a Copei (cristão democrata), a política do país até a eleição de Hugo Chávez, em 1998.

É visto por detratores como símbolo do passado. A retórica chavista o retrata como um homem senil que passou a vida defendendo interesses das elites.

O deputado enfrenta resistência na própria oposição. "Fizemos campanha prometendo mudança, e aí nosso rosto é um homem de 72 anos?", diz um alto assessor da oposição.

Advogado, descendente de imigrantes libaneses, Ramos Allup esteve três vezes na Câmara que antecedeu a atual Assembleia Nacional, unicameral.

Eleito em 2010, obteve espaço numa oposição com líderes mais jovens, como o governador de Miranda, Henrique Capriles, 43, e o líder do Vontade Popular, Leopoldo López, 44, preso desde 2014.


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