Folha de S. Paulo


Argentina oficializa extinção de órgãos encarregados de aplicar a Lei de Mídia

O governo de Mauricio Macri oficializou nesta segunda (4) a extinção dos órgãos responsáveis pela aplicação da Lei de Mídia na Argentina, uma das principais bandeiras da gestão de Cristina Krchner.

Em decreto publicado nesta segunda, a Afsca (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual) e a Aftic (Autoridade Federal de Tecnologias da Informação e Comunicação) foram dissolvidas.

No lugar, foi criado um único órgão, chamado de Enacom (Ente Nacional de Comunicações), que será composto por um presidente e três diretores indicados pelo Executivo e três indicados pelas maiores bancadas na Câmara dos Deputados.

Daniel Dabove - 30.dez.2015/Xinhua/TELAM
 diciembre 30, 2015 (Xinhua) -- El jefe de Gabinete de Ministros de Argentina, Marcos Peña (c), acompañado del ministro argentino de Comunicaciones, Oscar Aguad (i) y el designado titular del Ente Nacional de Comunicaciones (ENACOM), Miguel de Godoy (d), participa durante una conferencia de prensa en la ciudad de Buenos Aires, Argentina, el 30 de diciembre de 2015. El gobierno argentino anunció el miércoles la creación del Ente Nacional de Comunicaciones (ENACOM), que absorberá funciones de organismos que se encargan de la regulación de medios de comunicación y tecnología. (Xinhua/Daniel Dabove/TELAM) (tl) (jp) (fnc)
Peña (centro), com o ministro de Comunicações, Oscar Aguad (esq.), e Miguel de Godoy, do Enacom

Uma comissão foi criada para elaborar um projeto de reforma e atualização da atual Lei de Mídia. A principal crítica do governo Macri é que a legislação travou investimentos no setor de telecomunicações e dificulta a convergência de mídias.

Com a mudança, as vendas de licenças serão novamente permitidas –o que era vedado pela legislação anterior. Também se ampliou o prazo das concessões de rádio e TV.

Na semana passada, ao anunciar a mudança, o chefe de gabinete da Presidência, Marcos Peña, disse que a mudança poria fim à "guerra entre o governo e os meios de comunicação".

O ex-presidente da Afsca, o kirchnerista Martín Sabbatella, voltou a protestar e acusou o governo de atuar em favor dos grandes grupos de comunicação, como o Grupo Clarín, eleito arquirrival por Cristina durante sua gestão.

Ele observou que o decreto foi publicado, apesar de uma decisão judicial ter freado as mudanças nos órgãos de controle.

Na última quinta (31), o ministro de Comunicações, Oscar Aguad, disse que o juiz Luis Arias, da província de Buenos Aires, não tem competência nem jurisdição para influir num decreto nacional e classificou o despacho como "extravagante".


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