Folha de S. Paulo


Um ano após ataque, 'Charlie Hebdo' lança edição com caricatura de Deus

Majorelle Pr/Charlie Hebdo/Efe
AQW456 PARÍS (FRANCIA) 04/01/2016.- Fotografía de fecha desconocida facilitada por la agencia Majorelle PR hoy, 4 de enero de 2016 que muestra la portada del número especial 1224 de la revista satírica Charlie Hebdo con la caricatura de un dios con una kalashnikov en el que se puede leer
Capa de edição especial do "Charlie Hebdo". "Um ano depois: o assassino ainda está solto", diz o título

O semanário satírico francês "Charlie Hebdo" lançará nesta semana uma edição especial para marcar o primeiro aniversário do atentado a tiros contra sua sede. Na capa, será estampada uma charge de Deus ensanguentado portando um rifle, sob o título: "O assassino ainda está solto."

Em editorial, o novo diretor do semanário, Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, faz um apelo ao secularismo e diz que o "Charlie Hebdo" continuará vivo porque sua equipe "nunca quis tanto quebrar a cara daqueles que sonham com sua morte". Riss é um dos sobreviventes do atentado.

Em 7 de janeiro de 2015, dois radicais invadiram a redação "Charlie Hebdo", em Paris, e mataram 12 pessoas, incluindo chargistas e outros funcionários. A filial da rede terrorista Al Qaeda na Península Arábica reivindicou o atentado.

O semanário já havia sido alvo de outras ações após publicar charges polêmicas retratando Maomé, profeta do islã. A tradição religiosa considera um pecado desenhá-lo.

Mais de 1 milhão de cópias da edição especial irão as bancas na quarta-feira (6).

A França organizará nesta semana cerimônias em homenagem às vítimas da onda de atentados que aterrorizou Paris há um ano. No total, 17 pessoas morreram em ataques relacionados contra o "Charlie Hebdo" e contra um supermercado kosher. Os três atiradores responsáveis por essas ações foram mortos.

A capital francesa foi alvo de novos ataques em 13 de novembro, quando radicais supostamente ligados à milícia Estado Islâmico mataram 130 pessoas em bares, restaurantes e uma casa de shows. Após os atentados, o governo reforçou a segurança e estabeleceu um estado de emergência de três meses.


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