Folha de S. Paulo


Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa por mar em 2015

Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa via mar neste ano, informou nesta quarta-feira (30) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que classificou a cifra como sem precedentes.

Segundo a contagem da organização em conjunto com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 1.000.573 migrantes viajaram ao continente em lanchas e barcos e 3.735 morreram durante a travessia.

UM MILHÃO PELO MAR - Número de migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo em 2015 bate novo recorde

Na semana passada, a OIM divulgou que um total de 1.005.504 migrantes haviam chegado ao continente por mar e por terra neste ano.

"Sabemos que a migração é inevitável, é necessária e é desejável. Mas não é o suficiente contar o número daqueles que chegam, pois quase 4.000 pessoas neste ano estão desaparecidas ou se afogaram. Nós também precisamos agir. A migração deve ser legal e segura para todos, tanto para os próprios migrantes como para os países que se tornarão seu novo lar", afirmou William Lacy Swing, diretor-geral da OIM, no relatório divulgado pelo Acnur.

A organização cita como principais causas desse fluxo perseguição, conflito e pobreza que atingem seus países de origem. "O número de pessoas deslocadas pela guerra e conflitos armados é o mais alto já visto na Europa Ocidental e Central desde a década de 1990, quando vários conflitos eclodiram na antiga Iugoslávia", afirma o Acnur.

Principais países de origem (2015, em %) -

Os migrantes da Síria, país em guerra civil desde 2011, são os mais numerosos, com 49% do total. São seguidos dos afegãos (21%) e iraquianos (8%). A lista continua com Eritreia, Paquistão, Nigéria, Somália, Sudão, Gâmbia e Mali. Juntos, os dez países representam a origem de 84% desses viajantes.

A organização afirma ainda que a maioria desses migrantes, 844.176, desembarcou na Grécia, outros 152.700, na Itália e 105, em Malta.

O levantamento indica também que 58% dos migrantes são homens, 17% mulheres e 25% crianças.

Principais países de entrada, em % -

O alto comissário da ONU para refugiados, António Guterres, comentou a reação dos europeus ao recente fluxo de imigrantes. "À medida que os sentimentos xenofóbicos crescem em algumas áreas, é importante reconhecer as contribuições positivas que refugiados e migrantes fazem às sociedades em que vivem e também aos valores europeus fundamentais: protegendo vidas, defendendo os direitos humanos e promovendo a tolerância e a diversidade."


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