Folha de S. Paulo


Obama é bem-vindo se não interferir em assuntos internos, diz Cuba

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é bem-vindo para visitar Cuba, mas não para interferir em assuntos internos, disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores cubano.

A declaração foi feita na quarta (16), um dia antes do primeiro aniversário da reaproximação histórica entre os dois países.

"O dia em que o presidente dos Estados Unidos decidir visitar Cuba, ele será bem-vindo", disse Josefina Vidal, diretora de questões norte-americanas no Ministério das Relações Exteriores cubano.

"Gostaria de lembrar que Cuba sempre disse que não irá negociar questões inerentes ao seu sistema interno, em troca de melhorias ou normalização das relações com os Estados Unidos", disse Vidal.

Obama disse à Yahoo News em entrevista sobre a comemoração de 17 de dezembro que espera visitar Cuba em 2016, mas somente se houver progresso suficiente nas relações bilaterais, se puder se encontrar com dissidentes políticos e se for capaz de "empurrar o governo cubano em uma nova direção".

Há um ano, Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, chocaram o mundo ao anunciar que os ex-adversários iriam normalizar relações. Em julho, aceitaram restaurar laços diplomáticos após uma ruptura de 54 anos.

Na última terça (15), o encarregado de negócios da embaixada americana em Havana, Jeffrey DeLaurentis, afirmou que Cuba e EUA poderão restabelecer voos comerciais até o fim do ano, o que seria mais um avanço na relação entre os dois países, encerradas em 1961 e retomadas formalmente em 2015, com a reabertura das embaixadas.

Em meio aos avanços, o governo americano acredita que o regime de Havana deve fazer mais para aproveitar as oportunidades criadas com o reatamento das relações e acelerar a abertura do país.

A melhora da situação dos direitos humanos é descrita como uma "prioridade" pelo governo americano, que também espera ver maiores liberdades econômicas em Cuba, incluindo facilidades para os cidadãos do país abrir negócios e ter mais acesso a informação na internet.


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