Folha de S. Paulo


EUA e Cuba podem retomar voos comerciais até o fim do ano

Alejandro Ernesto - 1º.jul.2015/Efe
O encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Cuba, Jeffrey DeLaurentis, em evento em julho
O encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Cuba, Jeffrey DeLaurentis, em evento em julho

Cuba e EUA poderão restabelecer voos comerciais até o fim do ano, afirmou nesta terça (15) o encarregado de negócios da embaixada americana em Havana, Jeffrey DeLaurentis.

A estimativa foi feita na véspera de se completar um ano do histórico anúncio de reatamento das relações diplomáticas entre os dois países, em 17 de dezembro de 2014.

DeLaurentis lamentou a lentidão do governo cubano em tomar medidas de abertura, mas também citou progressos feitos neste primeiro ano de reconciliação.

Um dos favoritos a ser o primeiro embaixador americano em Cuba desde o rompimento, em 1961, ele disse a jornalistas que um dos próximos passos positivos deve ser no setor de aviação, com o restabelecimento de vôos comerciais regulares entre os dois países.

O tema está sendo negociado em Washington, e a expectativa é que haja um acordo até o fim do ano.

Yin Bogu - 20.jul.2015/Xinhua
Bandeira de Cuba é hasteada na reabertura da embaixada do país em Washington, no dia 20 de julho
Bandeira de Cuba é hasteada na reabertura da embaixada do país em Washington, no dia 20 de julho

Segundo DeLaurentis, o fluxo de americanos que viajaram a Cuba teve um aumento de 50% após a reaproximação, que incluiu a reabertura das embaixadas após 53 anos.

"Fizemos bom progresso e trilhamos um longo caminho", disse DeLaurentis em conversa com jornalistas por telefone de Havana.

"Nossos países se engajaram em um diálogo histórico numa ampla gama de assuntos. Discutimos objetivos concretos em avião civil, transporte postal direto, ambiente, mudanças regulatórias e combate ao narcotráfico."

Em meio aos avanços, o governo americano acredita que o regime de Havana deve fazer mais para aproveitar as oportunidades criadas com o reatamento das relações e acelerar a abertura do país.

A melhora da situação dos direitos humanos é descrita como uma "prioridade" pelo governo americano, que também espera ver maiores liberdades econômicas em Cuba, incluindo facilidades para os cidadãos do país abrir negócios e ter mais acesso a informação na internet.

DeLaurentis indicou que ainda restam "áreas de discordância", dando como exemplo questões como as posses de americanos expropriadas na Revolução Cubana (1959), direitos humanos e fugitivos. Ele ressaltou quee o presidente Barack Obama exortou o Congresso americano a terminar o embargo econômico a Cuba, mas disse que o regime de Havana pode fazer mais.

"Assim como estamos fazendo a nossa parte, exortamos o governo cubano a tornar menos difícil para seus cidadãos abrir negócios, fazer comércio e acessar informação on-line. O futuro de Cuba é para os cubanos moldarem. Mas continuaremos a encorajar o governo cubano a liberar, e não restringir o potencial de seus cidadãos", afirmou o diplomata.


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