Pelo menos 19 mulheres foram eleitas no último sábado (12) nas eleições para os conselhos municipais na Arábia Saudita, as primeiras em que mulheres participaram como eleitoras e candidatas.
O porta-voz da Comissão Geral Eleitoral, Hamad Al-Omar, disse à Associated Press que os assentos foram conquistados em pelo menos dez das 13 regiões -a maioria deles na capital real, Riad, onde mulheres ocuparão pelo menos quatro postos.
Na Província Oriental, localizada no golfo Pérsico e que concentra a minoria xiita do país, pelo menos três mulheres foram eleitas.
O pleito aberto, que não tinha cotas para mulheres, foi visto como abertura pequena, mas significativa para que o grupo desempenhe um papel mais igual na sociedade ultraconservadora saudita.
Cerca de 7.000 candidatos, sendo 979 mulheres, disputavam 2.100 vagas em todo o país. Os conselhos são a única instituição do governo submetida ao voto popular, mas as duas votações anteriores, em 2005 e 2011, foram abertas apenas a homens.
DECRETO
Das cerca de 130 mil mulheres registradas para votar, 106 mil, ou cerca de 82%, foram às urnas. Entre os homens, havia 1,35 milhão de eleitores registrados, mas apenas 44% -cerca de 600 mil- votaram.
A Arábia Saudita, uma monarquia islâmica, foi o último país no mundo a garantir o direito ao voto às mulheres. A participação feminina foi possível graças a um decreto de 2011, promulgado pelo então rei Abdullah bin abdul Aziz, que morreu em janeiro deste ano.
No país, as mulheres são proibidas de dirigir automóveis e vivem sob a tutela de um "guardião" homem -em geral seu pai, marido ou irmão-, que tem o poder de tomar decisões importantes sobre suas vidas.
No último dia 7, o país permitiu que mulheres divorciadas e viúvas passassem a administrar os negócios de suas famílias sem aprovação de um homem ou ordem judicial.