Folha de S. Paulo


Dilma perde posse na Argentina após avião ficar retido no ar

A presidente Dilma Rousseff perdeu nesta quinta-feira (10) o juramento de posse do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, por causa da turbulência política na troca de comando do país.

Segundo o Itamaraty, a previsão era que Dilma chegasse a Buenos Aires às 11h20 local (12h20 no horário de Brasília).

Macri chegou às 11h40 ao Congresso, ao lado da mulher, Juliana Awada, e fez seu juramento antes do meio-dia, horário inicialmente previsto para a cerimônia.

Os planos de Dilma foram atrapalhados pelo ministro da Defesa de Cristina Kirchner, contrariada com a cerimônia de posse do adversário político.

Agustín Rossi deveria ter assinado um decreto de zona de exclusão aérea para facilitar a aterrissagem do avião presidencial brasileiro, mas não o fez, de acordo com o Itamaraty.

Por isso, a aeronave de Dilma ficou retida no ar, pela Força Aérea argentina, por cerca de 20 minutos. Sem a medida, o avião não teve prioridade na fila de aterrissagem do Aeroparque e pousou entre 11h40 e 11h45.

Dilma foi a única chefe de Estado que não participou da cerimônia de juramento, que contou com a presença do boliviano Evo Morales, do colombiano Juan Manuel Santos e da chilena Michelle Bachelet.

Após o atraso, Dilma seguiu direto para a Casa Rosada, onde cumprimentou o presidente Mauricio Macri e assistiu à passagem da faixa e bastão presidenciais para o eleito.

O compromisso não estava na agenda original de Dilma, que previa retornar às 13h45 local.

Dilma e Macri tiveram uma reunião bilateral, de cerca de 10 minutos, na Casa Rosada. Ele cumprimentou os presidentes sul-americanos que participaram da cerimônia e assistiu à passagem da faixa presidencial na primeira fila, ao lado do Rei Juan Carlos, da Espanha.

A presidente deixou Buenos Aires por volta de 14h15, uma hora após a programação original. O avião da equipe de apoio da presidência, que partiria logo depois de Dilma, acabou retido pela Força Aérea, na fila de decolagens. Às 16h44 (17h44, no horário de Brasília), o Itamaraty informou que a aeronave já esperava há duas horas pela autorização para partir.

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Na sede de governo argentino, Dilma encontrou-se com outros dirigentes estrangeiros. Dentre eles, os presidentes Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Horacio Cartes (Paraguai) e Tabaré Vázquez (Uruguai).

A representante dos Estados Unidos foi a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson. Também foi à Casa Rosada o rei Juan Carlos, da Espanha.

Em seu perfil no microblog Twitter, Dilma voltou a dizer que a parceria entre Brasil e Argentina "é fundamental para o desenvolvimento dos dois países.

"A relação com a Argentina é prioridade absoluta para o Brasil. Nossa aliança estratégica é fundamental para o desenvolvimento dos dois países. Estou certa de que o Brasil e a Argentina seguirão se aproximando cada vez mais, em um espírito de amizade e cooperação", afirmou.

Dilma desejou "muitos êxitos" a Macri e afirmou que o argentino pode contar com o país "como parceiro e aliado".

Dilma e Macri

CADEIRAS VAZIAS

No plenário da Câmara dos Deputados, minutos antes da cerimônia de posse, mais de 40 cadeiras apareciam vazias.

Maioria no Parlamento, deputados da Frente para a Vitória, agremiação da presidente Cristina Kirchner, não compareceram. Na quarta-feira (9), a agora ex-presidente orientou parlamentares aliados a não participarem da posse de Macri.

Posse de Macri

Colaborou FLÁVIA FOREQUE, de Brasília.


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