Folha de S. Paulo


Dilma e Obama buscam 'coordenação' dos países em conferência do clima

A presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversaram na noite desta segunda feira (7) sobre temas da COP 21, a conferência do clima da ONU, sediada em Paris.

Obama telefonou para a presidente para "reforçar a coordenação das posições" dos dois países, segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto. "O objetivo de ambos os países é alcançar um acordo ambicioso, justo e consistente", diz trecho do texto. Em sua conta no Twitter, Dilma afirmou que o governo vai "instruir" os chefes da delegação brasileira para, ao fim, se obter "sucesso" no acordo de Paris.

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"Ambos os líderes enfatizaram seu comprometimento pessoal para alcançar um acordo de mudança climática ambicioso e seu interesse em trabalhar juntos para levar ao sucesso. Eles concordaram em se manter em contato próximo enquanto a conferência prossegue", afirma comunicado divulgado pela Casa Branca.

Segundo país que mais emite gases poluentes no mundo, os Estados Unidos têm sido um dos maiores defensores de um acordo ambicioso na conferência de Paris (COP 21), com empenho pessoal de Obama. A pouco mais de um ano de deixar a Casa Branca, o presidente quer deixar o acordo como um dos legados de seu governo.

O encerramento da conferência de Paris (COP21) está marcado para sexta (11).

O texto final do acordo da conferência ainda é alvo de controvérsia: um dos pontos mais polêmicos diz respeito ao financiamento de ações de enfrentamento ao aquecimento global em países pobres. A divergência é sobre a participação de países em desenvolvimento no fundo de US$ 100 bilhões (R$ 380 bilhões) anuais destinado a custear essas despesas.

O financiamento foi justamente um dos temas abordados na ligação, além de questões sobre mitigação dos danos e transparência.

Os países ricos concordam em contribuir com a maior parte do fundo, mas exigem que os maiores emergentes, como China e Brasil, também o façam. A delegação brasileira viajou a Paris sem intenção de ceder aos apelos para contribuição ao fundo.

Em entrevista à Folha, no mês passado, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fez a ressalva: "Os países desenvolvidos querem que a gente pague a conta do clima junto com eles".


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