Folha de S. Paulo


Presidente eleito argentino diz que ação judicial contra ele não se sustenta

O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, tomará posse no próximo dia 10 enquanto ainda responde a um processo na Justiça.

Macri é acusado de ter armado uma estrutura no governo da cidade de Buenos Aires, da qual é prefeito desde 2007, para escutar ilegalmente conversas de adversários políticos e familiares.

Paulo Whitaker/Reuters
Presidente eleito argentino, Mauricio Macri, caminha na avenida Paulista antes de reunião na Fiesp
Presidente eleito argentino, Mauricio Macri, caminha na avenida Paulista antes de reunião na Fiesp

Aberto em 2009, o processo envolve outros funcionários de sua gestão, que irão agora a julgamento. Desde 2012, Macri está processado sob acusação de espionar ao cunhado, o empresário Néstor Leonardo, e o dirigente opositor Sergio Burstein.

A suposta operação envolveria também o então chefe da polícia metropolitana, Jorge Palacios, e Ciro James, funcionário do ministério de Educação da cidade.

Na última quinta (3), porém, o promotor responsável pelo caso, Jorge Di Lello, que antes havia impulsado a investigação e pedido o indiciamento do presidente eleito, mudou subitamente de ideia.

A menos de uma semana da posse, Di Lello declarou que "novas provas" surgidas recentemente o levavam a pedir a absolvição de Macri, mas não a dos outros envolvidos.

Palacios e James irão a julgamento.

O promotor declarou que era "materialmente impossível" que Macri, como chefe de governo, soubesse de tudo o que se passava em diferentes áreas da gestão.

"Essa é uma causa velha que não se sustenta. A decisão do promotor fará com que o juiz a encerre", respondeu Macri à pergunta da Folha sobre o tema, nesta sexta (4).

A decisão final sobre o caso caberá agora ao juiz Sebastián Casanello, que também é responsável por processos de corrupção envolvendo o kirchnerismo, como o das acusações ao empresário Lázaro Baez.

Após o posicionamento do promotor, Casanello espera agora as colocações das duas partes envolvidas e deve se pronunciar em seguida.


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