Folha de S. Paulo


Brasil está punindo responsáveis por tragédia em Mariana, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff afirmou aos líderes mundiais em Paris, na abertura da COP21, que o Brasil está punindo os responsáveis pela tragédia ambiental em Mariana (MG).

"A ação irresponsável de empresas provocou o maior desastre ambiental na história do Brasil na grande bacia hidrográfica do Rio Doce. Estamos reagindo ao desastre com medidas de redução de danos, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia", disse, em discurso na abertura do evento nesta segunda-feira (30).

O episódio em Minas foi citado logo no começo do pronunciamento de Dilma, após ela prestar solidariedade aos franceses pelos recentes atentados terroristas no país.

A presidente também defendeu que a Conferência do Clima em Paris busque um acordo "legalmente vinculante", ou seja, com força de lei que obrigue os países a cumprirem as metas estabelecidas.

Esse é o ponto mais sensível do encontro da ONU, sobretudo porque países estratégicos como os EUA resistem a um documento nesse sentido.

"Estamos em Paris para construir uma resposta conjunta que só será eficaz se for coletiva e justa. A melhor maneira de construir soluções comuns para problemas comuns é nossa união em torno de um acordo justo, universal e ambicioso, que limite nesse século a elevação da temperatura média global em 2ºC", disse.

"Para isso, devemos construir um acordo que seja também e fundamentalmente legalmente vinculante. Nosso acordo não pode ser apenas uma simples soma das melhores intenções de todos. Ele definirá caminhos e compromissos que devemos percorrer", frisou a presidente.

Todos os líderes presentes à abertura do encontro em Paris fazem um rápido discurso nesta segunda. O de Dilma durou cerca de oito minutos.

A presidente aproveitou ainda para destacar a meta do Brasil de reduzir 43% das emissões de carbono até 2030 e o plano de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia. "O governo e a sociedade brasileira estão fazendo a sua parte", declarou.

Ela defendeu também o suporte a países em desenvolvimento para que possam cumprir as metas estabelecidas para as próximas décadas.

"Cabe ao acordo de Paris propiciar as condições para que todos os países em desenvolvimento possam trilhar os caminhos da economia de baixo carbono, superando a extrema pobreza e reduzindo as desigualdades", disse.


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