Folha de S. Paulo


Para vizinhos, Mauricio Macri deverá diminuir protecionismo da Argentina

A expectativa dos países que fazem fronteira com a Argentina é que a relação com o país vizinho melhore com a chegada de Mauricio Macri à Casa Rosada a partir de 10 de dezembro.

Nesta segunda (23), um dia após vencer a eleição, ele confirmou que sua primeira viagem será ao Brasil e chamou o país de "principal sócio econômico". A resposta foi dada horas depois de receber o convite da presidente Dilma Rousseff.

Na mesma entrevista coletiva, deu a diretriz de como deverá sua relação com o Mercosul. "O Mercosul tem que avançar nos convênios com a União Europeia e convergir para uma aliança com o Pacífico."

A abertura comercial é um desejo dos outros três membros originais do bloco regional —Brasil, Uruguai e Paraguai—, mas que era impedido pela Argentina devido ao protecionismo desempenhado por Cristina Kirchner.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse ter parabenizado Macri ainda na noite de domingo (22). Ele afirmou que seu novo colega tem disposição para trabalhar em conjunto e superar as diferenças.

"[Macri] quer superar essas instâncias e encontrar uma solução aos problemas que temos às vezes entre argentinos e uruguaios", disse, em leve referência aos conflitos que ele e seu antecessor, José Mujica, tiveram com Cristina.

A sensação é a mesma no Paraguai, governado pelo empresário Horacio Cartes. Os dois se reuniram no início deste mês e já se conheciam pelo futebol —Cartes era presidente do Libertad na época que Macri comandava o Boca Juniors.

Editoria de Arte/Folhapress

CHILE E BOLÍVIA

País com maior fronteira com a Argentina, o Chile espera uma retomada das relações congeladas com Cristina Kirchner. A presidente Michelle Bachelet parabenizou Macri e destacou "a importância de manter o espírito de colaboração".

No vizinho do outro lado dos Andes, o presidente eleito argentino mantém boas relações com o governo e também com opositores como o ex-presidente Sebastián Piñera e o ex-candidato presidencial Marco Enríquez-Ominami.

Mesmo tendo apoiado Cristina, uma das suas aliadas na região, o boliviano Evo Morales também saudou Macri e enviou seus parabéns de Teerã, onde participa do Fórum de Países Exportadores de Gás.

"Parabenizo o presidente eleito, mas expresso o desejo de um trabalho conjunto, respeitando nossos programas, nossos princípios e especialmente a cláusula democrática da Unasul", disse, em referência à Venezuela.


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