Folha de S. Paulo


Na Asean, China reitera que manterá construções em ilhas disputadas

O governo da China afirmou neste domingo (22) que vai continuar a construir prédios militares e civis em suas ilhas artificiais no disputado mar da China Meridional.

"Construir e manter as instalações militares necessárias. Isso é o que se espera da defesa nacional da China e para a proteção daquelas ilhas e corais", disse o vice-chanceler Liu Zhenmin em entrevista a jornalistas em Kuala Lumpur, na Malásia, onde foi encerrada neste domingo a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Fazry Ismail/Efe
Líderes que participam da Asean posam para foto em Kuala Lumpur, Malásia
Líderes que participam da Asean posam para foto em Kuala Lumpur, Malásia

Liu afirmou ainda que a China planeja expandir e melhorar a estrutura de uso civil na ilha para "servir melhor os barcos comerciais, pescadores e para ajudar veleiros em perigo e dar melhores serviços públicos".

O vice-chanceler rejeitou também as críticas de que a China militariza a região e argumentou que a maioria das construções chinesas no local são de uso civil.

Além disso, ele criticou os EUA, dizendo que o país estava testando Pequim com sua insistência em mandar patrulhas para a região.

A China reivindica quase a totalidade do território estratégico do mar da China Meridional e tem transformado seus corais em ilhas artificiais no arquipélago de Spratly. A ação causou preocupação em Washington e na região de que Pequim quer militarizar sua reivindicação.

No sábado (21), o presidente americano, Barack Obama, pediu aos países da Asean que parem de construir ilhas artificiais no local e disse que os EUA continuarão exercendo seu direito de livre navegação na região.

Vietnã, Filipinas, Malásia, Taiwan e Brunei também têm reivindicação sobre o território do mar da China Meridional.

MERCADO ÚNICO

Também neste domingo, a Asean se declarou como um mercado único, no fim de um processo de oito anos para integrar suas dez economias que somam um PIB de mais de US$ 2,5 trilhões.

A organização, fundada em 1967, é formada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, e formam um espaço que conta com 622 milhões de habitantes.

Os líderes desses países assinaram a declaração pela qual se proclamam como Comunidade Asean e preveem aprovar a roteiro a seguir até 2025.

Com a declaração, a Asean persegue a criação de um mercado e uma base de produção única, com livre circulação de capital, serviços, bens, investimento e pessoal qualificado.

O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, destacou a eliminação já consolidada da maioria de tarifas nas relações comerciais entre os parceiros de Asean, organização da qual ressaltou seu valor além do econômico.

"O Sudeste Asiático emergiu como epicentro da resolução pacífica de conflitos. Isto se deve a Asean. Onde havia guerra, há paz; onde havia pobreza, há prosperidade; onde havia divisão e medo, há unidade e estabilidade", disse Najib na cerimônia.

O dirigente malaio indicou que as medidas de integração adotadas melhoraram a competitividade da indústria manufatureira dos Estados-membros da organização.

Com as novas diretrizes para os próximos dez anos, Najib disse que a Asean aspira a crescer até um PIB conjunto de US$ 4,7 trilhões em 2020 e a se transformar na quarta maior potência econômica do mundo dentro de 20 anos.


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