Folha de S. Paulo


O que você precisa ler para entender os ataques de Paris

Desde a noite de sexta-feira (13) até agora, os repórteres, correspondentes, colunistas e colaboradores da Folha produziram muitos textos esclarecedores para quem quiser compreender os atentados de Paris e o Estado Islâmico. Esta lista será atualizada conforme o caso se desenvolver.

Ataques coordenados aterrorizam Paris (13.nov.2015)

A primeira notícia na Folha sobre o caso foi publicada às 19h29 de sexta-feira. Naquele momento, só se sabia que tinha havido uma explosão num bar perto de um estádio de Paris e um tiroteio num restaurante de Paris. Esse texto inicial recebeu 58 atualizações, conforme a escala do caso se tornava mais clara, as autoridades reagiam e o papel do Estado Islâmico se tornava evidente.

Vídeo

Análise: Terrorismo não tem identidade (14.nov.2015)

Para Hussein Kalout, pesquisador de Harvard, o modus operandi de praticar o terror mudou. "Os ataques não mais necessariamente ocorrem contra símbolos políticos ou econômicos –como os atentados de 11 de setembro nos EUA", diz.

Depoimento: Região visada em ataques é Paris multicultural de Amélie Poulain (14.nov.2015)

Mathias Alencastro chama atenção para o fato de que a área dos ataques é onde hoje ocorre a integração cultural da cidade e que, no passado, serviu de palco para ideais de transformação. "Antes de se tornar o oásis multicultural de um país em crise de identidade, o leste de Paris foi bastião de resistência das forças progressistas."

Patrícia Campos Melo: Ataque inaugura nova fase de atuação terrorista (14.nov.2015)

Segundo a colunista, no médio prazo, os ataques podem acabar de destroçar o espaço Schengen, que permite livre trânsito de pessoas na UE. O Brasil é signatário desse tratado, que permite a turistas passar até 90 dias na maioria dos países europeus sem tirar visto.

Dois dias após os ataques, fogos de artifício causam tumulto em Paris (15.nov.2015)

Após a explosão dos fogos, a mutidão entra em pânico na Praça da República e policiais cercam o local. Em entrevista, um agente não identificado diz que "a polícia tem que agir quando vê muita movimentação da multidão", mas evitar passar informações.

Assista

Terrorista era reservado e gostava de futebol, dizem conhecidos (16.nov.2015)

O correspondente Leandro Colon foi conhecer Chartres, a cidade francesa onde morava o terrorista Ismael Omar Mostefai. Ninguém, dentre os conheciam, consegue entender o que o levou à radicalização. Na mesquita local, frequentadores negam tê-lo conhecido.

Estado Islâmico nasceu em 1999 e cresceu com guerras no Iraque e Síria (16.nov.2015)

O correspondente Diogo Bercito conta as origens do grupo e como ele tomou a proporção atual. "Organizações como a Al Qaeda insistiam em que a criação de um Estado islâmico era um objetivo futuro, quase idealizado. [Abu Musab al-]Zarqawi, por outro lado, acreditava que poderia estabelecê-lo a partir da desordem política."

Editorial: Em guerra (16.nov.2015)

O espaço de opinião institucional da Folha discute maneiras de enfrentar uma organização terrorista como o Estado Islâmico.

Intervencionismo põe França na mira de extremistas, diz cientista político (16.nov.2015)

Para Bertrand Badie, cientista político e diretor da pós-graduação em relações internacionais do Instituto de Estudos Políticos de Paris, a França foi atacada porque "tem uma política internacional muito mais favorável à intervenção exterior, particularmente no Oriente Médio, que os outros países ocidentais. Todo mundo sabe das reservas de Barack Obama, que ficou um pouco sem opção quanto a se engajar nessa ação por causa da execução terrível do jornalista americano James Foley [decapitado pelo EI em 2014]."

Clóvis Rossi: Estamos perdendo a guerra (16.nov.2015)

"John Kerry, o secretário norte-americano de Estado, diz, com segurança e com razão: é impossível resolver o problema representado pelo Estado Islâmico sem antes resolver a questão síria. Concordo, Kerry, mas há uma pergunta inevitável: resolvido o problema sírio, resolve-se realmente o problema do terrorismo?"

Vinicius Mota: A carnificina da vez (16.nov.2015)

O colunista fez as contas: em apenas três horas, os terroristas cometeram o equivalente a 70% de todos os homicídios ocorridos em Paris entre janeiro de 2012 e setembro de 2015. "O jihadismo espetaculoso concluiu que trazer de volta os banhos de sangue para centros ultracivilizados como Paris, Nova York, Londres e Madri é proveitoso para sua causa. O contraste entre tais massacres esporádicos e um ambiente de proteção crescente à autonomia do indivíduo desperta nos terroristas a esperança de causar um choque térmico capaz de implodir o edifício cultural do Ocidente."

Bernardo Mello Franco: O terror depois do terror (16.nov.2015)

"Não é hora para um campeonato de tragédias, como se o desastre humano e ambiental em Minas Gerais ou os atentados da véspera no Líbano tirassem a importância do que aconteceu em Paris. O comunicado do Estado Islâmico mostra que o mundo está diante de uma ameaça grave, embalada por um discurso fanático e intolerante."

Para ensaísta, guerra chegou à Europa e retornará 'em breve' aos EUA (16.nov.2015)

A repórter Sylvia Colombo entrevistou David Rieff, filho de Susan Sontag. Para ele, a insegurança gerada pelos ataques terroristas põe em risco o espaço da democracia nos países desenvolvidos.

Identificação com vítimas faz com que mortes na França comovam mais do que outras tragédias (18.nov.2015)

O colunista Marcelo Coelho explica por que nos sentimos mais próximos dos mortos em Paris dos que em Beirute, Cabul ou Mariana.

Jihadistas do Estado Islâmico atacam o que enxergam como vida vazia (19.nov.2015)

Para o colunista Contardo Calligaris, o bizarro é que nós possamos, de certa forma, concordar com eles. Deveríamos ter que justificar nossos prazeres em meio a tanta desgraça?

Rússia já considera o uso de tropas terrestres em território da Síria (19.nov.2015)

Objetivo de Moscou é estabilizar a situação até março e manter grupo de Assad no poder. Até agora, tanto o apoio ocidental quanto o russo na guerra síria tem sido por cessão de armamentos e com bombardeios aéreos.

Armas e spray de pimenta entram para a lista de compras de parisienses (19.nov.2015)

Atentados em Paris provocaram aumento sensível na venda de artefatos de defesa pessoal.

Reprodução/Reprodução
Brian de Mulder (à dir.), belga nascido de mãe brasileira, em fotografia ao lado do líder terrorista Hicham Chaïb, na Síria
Brian de Mulder (à dir.), belga nascido de mãe brasileira, em fotografia ao lado do líder terrorista Hicham Chaïb, na Síria

Jihadista filho de brasileira morre na Síria (19.nov.2015)

A família de Ozana Rodrigues foi informada da morte de Brian de Mulder, alistado no Estado Islâmico. A irmã de Brian diz ter recebido foto que comprova o fato.

Suposto mentor de ataques em Paris foi morto em operação, diz Promotoria (19.nov.2015)

Um dos mortos na operação policial realizada nos arredores de Paris na madrugada de quarta foi confirmado pela Promotoria de Paris como o suposto mentor dos atentados terroristas.

Vídeo mostra terrorista atacando restaurante de Paris (19.nov.2015)

O jornal britânico "Daily Mail" divulgou o vídeo de um doas ataques cometidos em Paris em 13 de novembro. As imagens mostram o terrorista abrindo fogo contra um pequeno restaurante.


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