Folha de S. Paulo


Digitais de terrorista correspondem às de passaporte sírio, diz França

As impressões digitais de um homem-bomba de Paris coincidem com os registros de um homem que entrou na Grécia em outubro com um passaporte sírio, anunciou a promotoria francesa nesta segunda (16). O passaporte havia sido encontrado ao lado de seu corpo.

Um outro homem-bomba, que participou dos ataques na casa de shows Bataclan, também foi identificado pelo órgão.

"Neste momento, enquanto a autenticidade de um passaporte em nome de Ahmad al Mohammad, nascido em 10 de setembro de 1990 em Idlib, na Síria, precisa ser verificada, há semelhanças entre as impressões digitais do homem-bomba e aqueles levados durante um controle na Grécia em outubro", disse a promotoria de Paris em um comunicado.

O homem identificado como Al Mohammad seria um dos homens-bomba que se explodiram do lado de fora do Stade de France enquanto as seleções da França e da Alemanha disputavam um amistoso no local.

Além deste, um dos homens-bomba do ataque na casa de espetáculos Bataclan foi identificado como Samy Amimour, 28, proveniente de Drancy, ao norte de Paris, e que ele era conhecido das unidade de combate ao terrorismo após ter sido colocado sob investigação e controle judicial por tentar viajar ao Iêmen.

Ele desapareceu em 2013 e era alvo de um mandado internacional de prisão.

O quebra-cabeça da investigação

"Cinco dos terroristas mortos agora foram identificados", acrescentou a promotoria. No total, 129 pessoas foram mortas.

No total, 168 locais foram alvos de buscas pela polícia francesa e 104 pessoas foram colocadas em prisão domiciliar em investigações relacionadas aos ataques coordenados, segundo pronunciamento do ministro do Interior do país, Bernard Cazeneuve. O primeiro-ministro, Manuel Valls, alertou para o risco de novos atentados em solo francês.

A França realizou uma série de ataques aéreos à cidade de Raqqa, na Síria, principal bastião do Estado Islâmico. Os ataques franceses teriam destruído um campo de treinamento da facção e um depósito de armas.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim al-Jaafari, os ataques realizados na sexta-feira (13) em Paris foram planejados em Raqqa.

FORAGIDO

A polícia belga ainda busca um homem identificado como Salah Abdeslam, de 26 anos. Ele alugou o Volkswagen Polo preto que levou terroristas à Bataclan, onde foram mortas 89 pessoas.

A polícia do país realiza uma série de operações especiais nesta segunda-feira.

Autoridades francesas confirmaram à Associated Press, sob condição de anonimato que Abdeslam chegou a ser parado em um posto de fronteira com a Bélgica, mas foi liberado em seguida.

Acredita-se que Abdeslam, que nasceu em Bruxelas e tem cidadania francesa, esteja envolvido diretamente com o massacre de sexta, que deixou 129 mortos e cerca de 350 feridos, no pior dia de violência na França em décadas.

Seus dois irmãos também são suspeitos de envolvimento na matança: um deles é uma das dez pessoas que foram presas na Bélgica desde sábado (sete neste domingo), enquanto o outro morreu num dos ataques suicidas de sexta.

Além do irmão de Abdeslam, outros dois dos sete homens-bomba tinham cidadania francesa.

Um deles também vivia na Bélgica, enquanto se acredita que Ismael Omar Mostefai, identificado no sábado por suas digitais, vivia em um subúrbio de Paris antes dos ataques. De 29 anos, ele seria filho de um argelino e de uma portuguesa.


Endereço da página:

Links no texto: