Folha de S. Paulo


Médico, presidente do Uruguai faz atendimento de emergência em voo

Para um encontro com o presidente francês François Hollande em Paris, na quarta (28), o uruguaio Tabaré Vázquez embarcou na segunda (26), em um voo que partiu de Buenos Aires.

Foi a sorte para uma passageira francesa de 17 anos, identificada apenas como Elody.

Alérgica a amendoim, ela passou mal durante o voo, quando o avião sobrevoava o Brasil. Antes de embarcar, tinha comido sem saber um alimento com amendoim.

Ao pedido da tripulação, perguntando se havia algum médico entre os passageiros, apresentaram-se Tabaré, que é oncologista, e o seu médico pessoal, Mario Zelarayán.

Em entrevista ao canal de TV argentino Todo Notícias, Zelarayán disse que eles tiveram que medicá-la imediatamente, por via venosa, já que a jovem corria o risco de ter a respiração travada pelo inchaço da garganta, causado pela reação alérgica.

"Prefiro não imaginar o que poderia ter ocorrido", disse o médico, acrescentando que não daria tempo para a aterrissagem e o atendimento em terra. Ele classificou o episódio como sendo de "gravidade significativa".

Segundo Zelarayán, o presidente uruguaio praticou a medicina até há pouco tempo (antes de voltar à Presidência, em março deste ano) e participou do diagnóstico e da medicação da jovem durante o voo.

"Estávamos trabalhando juntos em todo o momento [do voo]", disse.

O médico contou ainda que, nos voos presidenciais, Tabaré já havia feito dois atendimentos de emergência –o primeiro em um voo à Ásia, durante seu primeiro mandato (2005-2010), e outro numa viagem à Europa, quando auxiliou um americano que sofria de asma.

O Uruguai não tem avião presidencial e, em suas viagens, os presidentes do país vizinho costumam voar em rotas comerciais ou pegar carona com líderes locais, como no Tango 1 da argentina Cristina Kirchher.


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