Folha de S. Paulo


Kirchnerismo perde controle da Câmara dos Deputados na Argentina

Conforme apontavam pesquisas de intenção de voto para as eleições de domingo (26) na Argentina, a coalizão Frente Para a Vitória, do presidenciável kirchnerista Daniel Scioli, deve perder a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados, onde deve se manter como principal minoria.

Já a coalização Mudemos, do presidenciável de centro-direita Mauricio Macri, aumentou sua presença na Câmara. No Senado, o peronismo deve ampliar sua hegemonia.

EFE/Cortesía Presidencia de Argentina
BAS03. RÍO GALLEGOS (ARGENTINA), 25/10/2015.- Fotografía cedida por la Presidencia argentina que muestra a la mandataria Cristina Fernández de Kirchner mientras vota hoy, domingo 25 de octubre de 2015, en la localidad patagónica de Río Gallegos (Argentina). Fernández, se mostró hoy satisfecha por los doce años de gestión kirchnerista al emitir su voto en la ciudad patagónica de Río Gallegos y anunció que se dedicará
Cristina Kirchner vota na província de Río Gallegos durante as eleições gerais de domingo (25)

Estavam em jogo nas eleições de domingo, além da disputa pela Casa Rosada, a renovação de um terço do Senado (que tem 72 cadeiras) e metade da Câmara (que possui 257 assentos). O Congresso argentino é renovado a cada dois anos, sendo a nova legislatura empossada em dezembro. Cada partido obtém um número de cadeiras diretamente proporcional à votação que recebeu a agremiação.

A Frente para a Vitória deve ter diminuída sua presença na Câmara de 131 deputados para 107. O Mudemos, por sua vez, deve saltar de 64 para 90 legisladores. A UNA, frente de peronistas dissidentes do kirchnerismo liderada por Sergio Massa, deve aumentar sua presença de 23 congressistas para 31.

Gráfico - Câmara dos Deputados da Argentina

A ausência de uma força política majoritária na Câmara deve mudar a dinâmica da política no país vizinho, obrigando o sucessor da presidente Cristina Kirchner –a ser escolhido em segundo turno, em 22 de novembro– a negociar para formar uma base aliada no Congresso e aprovar projetos do Executivo.

Essa é uma realidade muito diferente da política dos últimos anos do mandato de Cristina, que governava com folgada maioria de seu partido nas duas casas do Legislativo argentino.

"A Argentina se encaminha a um presidencialismo de coalizão, como o brasileiro", diz Rosendo Fraga, da consultoria Nueva Mayoría.

A disputa pela Casa Rosada terá um segundo turno inédito na história recente do país. Com 97,13% das seções eleitorais apuradas, Scioli, que tinha chances de ser eleito ainda no primeiro turno, obteve 36,86% dos votos. Macri, que chagava a aparecer até 10% atrás do candidato governista nas pesquisas de intenção de voto, ficou com 34,33%.

Eleições na Argentina


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