Folha de S. Paulo


Dois lados se dizem vencedores na Argentina

Partidários de Daniel Scioli e Mauricio Macri diziam, no começo da noite deste domingo (25), que haviam ganho o pleito. Do lado de Scioli, Alberto Perez, o chefe de governo do candidato afirmou que as pesquisas indicavam uma "ampla vitória". Do lado do rival, as deputadas Patricia Bullrich e Elisa Carrió, além de Jorge Macri, disseram que haverá segundo turno.

A votação nas eleições presidenciais da Argentina foi tranquila na capital, Buenos Aires, que estava mobilizada para a semifinal da Copa do Mundo de Rúgbi entre Argentina e Austrália. Já na província de Buenos Aires, no entorno da capital, militantes dos principais partidos disputavam a atenção dos eleitores, insistindo em orientá-los sobre como votar.

Os resultados de boca-de-urna estão previstos para os primeiros minutos desta segunda-feira (26).

Caso nenhum dos candidatos atinja 40% dos votos e uma diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado, ou 45% dos votos no geral, haveria um segundo turno, no próximo dia 22 de novembro.

O favorito para vencer o pleito, o candidato governista Daniel Scioli, votou cedo em Dique Luján, ao lado da mulher, Karina Rabolini. "Não vou fazer especulações, até dia 10 de dezembro tenho uma província para governar", disse Scioli, ao ser questionado sobre a possibilidade de haver segundo turno.

De acordo com as pesquisas mais recentes, Scioli, que obteve 38% nas primárias de agosto, não conseguiria conquistar os dois pontos porcentuais que faltavam para encerrar a decisão neste domingo. Sua esperança residia nos 10% de eleitores que, até o final da última semana, se definiam como "indecisos".

Já seu principal rival, Mauricio Macri (Mudemos), votou no bairro nobre de Palermo e, como sempre, distribuiu "medialunas" (croissant típico local) entre os mesários.

Ele afirmou que a Argentina viveria "um dia histórico, sem incidentes e com muita alegria".

Nos últimos dias, sondagens realizadas pelos partidos apontavam uma leve subida nas intenções de voto de Macri, que detinha 29% das intenções. "A eleição, que todos esperavam que fosse se polarizar mais cedo, está se polarizando agora", disse um integrante da equipe do prefeito de Buenos Aires.

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Horacio Rodríguez Larreta, prefeito eleito de Buenos Aires e principal aliado de Macri, diz que tem dados consistentes que apontam segundo turno.

"Os números se baseiam em resultados de urnas já apuradas", disse Larreta, em coletiva no comitê de sua legenda, o PRO.

"A eleição nacional tem tendência irreversível. Há segundo turno na Argentina", afirmou Ernesto Sanz, outro aliado do oposicionista.

O terceiro colocado na corrida, Sergio Massa (UNA), com 21% nas pesquisas, votou numa escola em Tigre, departamento que governa, e afirmou que esperava "uma jornada de tranquilidade".

Eleições na Argentina

À Folha, na sexta-feira (23), na inauguração da nova Redação do jornal "Perfil", Massa afirmou ter "certeza de que haverá segundo turno, porque é o melhor que pode ocorrer à Argentina".

A eleição definiria também a renovação de metade da Câmara e um terço do Senado, além de eleger 13 governadores de províncias.

Com informações de MARIANA CARNEIRO, de Buenos Aires.


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