Folha de S. Paulo


Israel ratifica que só muçulmanos podem rezar na Esplanada das Mesquitas

O primeiro-ministro de Israel, BInyamin Netanyahu, afirmou neste sábado (24) que não pretende mudar o status quo na Esplanada das Mesquitas e que seguirá sendo um lugar de reza só para muçulmanos.

"Israel reconhece a importância do Monte do Templo para os fiéis das três religiões monoteístas, judeus, muçulmanos e cristãos, e reafirma seu compromisso de manter sem mudanças o status quo, em palavra e em prática", diz Netanyahu, em comunicado divulgado por seu escritório.

A Esplanada das Mesquitas é conhecida como Monte do Templo pelos judeus e Nobre Santuário pelos muçulmanos e está no epicentro dos confrontos entre palestinos e israelenses.

Editoria de Arte/Folhapress
Esplanada das mesquitas - Jerusalém

As declarações de Netanyahu vieram horas após o encontro entre o secretário de Estado americano, John Kerry, o rei Abdullah 2º da Jordânia e o líder palestino, Mamhoud Abbas, em Amã.

Netanyahu insistiu que seu país não tem intenção de mudar as regras do jogo no lugar e reafirmou "a importância do papel especial do reino Hashemita da Jordânia, como reflete o tratado de paz de 1994, e o papel histórico do rei Abdullah 2º".

Desde o tratado, a Jordânia tem a custódia dos lugares sagrados muçulmanos e cristãos de Jerusalém Oriental, tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

"Israel continuará implementando sua política: os muçulmanos rezam no Monte do Templo. Os não muçulmanos visitam o Monte do Templo", assinalou, sugerindo que os judeus não poderão rezar no lugar, algo que a extrema direita israelense e grupos nacionalistas judeus reivindicam e que os palestinos consideram uma provocação e uma mudança do status quo.

Também ressaltou que os visitantes e os que veneram o complexo têm direito a fazê-lo "em paz, sem violência, sem ameaças, sem intimidação e provocação", em referência aos muçulmanos que repreendem os grupos de extremistas judeus que visitam o lugar acompanhados por forças de segurança israelenses.

Kerry anunciou neste sábado um acordo entre Jordânia e Israel para estabelecer novas medidas que regulem a Esplanada, como incluir videovigilância do local 24 horas por dia.

O anúncio foi feito por Kerry junto ao ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Judé, após uma reunião com o rei.

O secretário de Estado disse que Netanyahu aceitou "uma excelente proposta do rei Abdullah para oferecer videovigilância por 24 horas de todos os lugares" do complexo, terceiro lugar sagrado do Islã, também venerado pelos judeus.


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