Folha de S. Paulo


Israel e Jordânia farão vigilância 24 horas da Esplanada das Mesquitas

O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou neste sábado que Israel e Jordânia estão trabalhando juntos para reduzir as tensões e tentar conter a escalada de violência na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, local sagrado tanto para judeus quanto para muçulmanos.

O local, conhecido como Monte do Templo pelos judeus e Nobre Santuário pelos muçulmanos, está no epicentro dos confrontos entre palestinos e israelenses.

Kerry se reuniu com o premiê israelense, Binyamin Netahyanu, na quinta-feira (22), em Berlim (Alemanha) e voou para Jordânia para se encontrar com o rei Abdullah 2º e o líder palestino, Mahmoud Abbas.

Efe
O secretário de Defesa americano, John Kerry (esq.), conversa com o líder palestino, Mamhoud Abbas, na Jordânia
O secretário de Defesa americano, John Kerry (esq.), conversa com o líder palestino, Mamhoud Abbas, na Jordânia

Segundo Kerry, as medidas incluem vigilância constante por câmeras do local. "Isto proporcionará uma visibilidade e transparência completas e poderia realmente ser um elemento definitivo para dissuadir a quem pretende perturbar a santidade do local sagrado", disse o americano.

Outra medida será a refirmação, por parte de Israel, do papel histórico da Jordânia, que, desde o tratado de paz assinado em 1994, tem a custódia dos lugares sagrados muçulmanos e cristãos de Jerusalém Oriental, tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Ele disse ainda que Israel não pretende mudar a regra segundo a qual os judeus podem frequentar o local, mas não rezar.

Netanyahu deve anunciar as medidas na noite deste sábado, segundo Kerry. A medida visa a acalmar a revolta palestina que eclodiu em protestos diante das tentativas de Israel de mudar o status quo na Mesquita de al Aqsa.

NOVO EPISÓDIO DE VIOLÊNCIA

Um palestino de 16 anos foi morto a tiros neste sábado (24) por forças israelenses no posto de controle de Jalameh, na Cisjordânia. Segundo as forças israelenses, o jovem tentou atacar um guarda do local com uma faca.

Testemunhas ouvidas pela rede árabe Al Jazeera deram versões conflitantes.

Uma confirmou a versão das autoridades israelenses. Outra disse que o jovem vendia doces no local quando foi morto.

Desde o começo do mês, 56 palestinos e oito israelenses foram mortos em episódios de violência.


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