Folha de S. Paulo


Obama diz que ataque a hospital do MSF terá investigação exaustiva

O presidente Barack Obama prometeu uma investigação exaustiva sobre o bombardeio contra um hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) na cidade afegã de Kunduz, neste sábado (3), quando 22 pessoas foram mortas e que pode ser atribuído ao exército americano.

Obama apresentou suas "profundas condolências" depois do ataque no sábado, em que morreram 12 membros da MSF e sete pacientes -entre eles três crianças-, mas afirmou que vai esperar pelos resultados da investigação antes de emitir um juízo definitivo sobre as circunstâncias da tragédia.

O ataque deixou o prédio em chamas e dezenas de pessoas gravemente feridas. Segundo a MSF, o bombardeio prosseguiu por mais de 30 minutos depois que a ONG avisou aos exércitos americano e afegão que estava sendo atingida por projéteis.

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No momento do ataque, 105 pacientes e mais de 80 funcionários se encontravam no hospital.

O centro de traumatologia da MSF em Kunduz é a única instalação médica na região que pode tratar lesões graves.

"Estamos profundamente consternados com o ataque, com a morte de nossos funcionários e com o alto preço infringido a um centro de saúde de Kunduz", declarou Bart Janssens, diretor de operações da MSF.

Kunduz está mergulhada numa crise humanitária, com milhares de civis encurralados pelo fogo cruzados das tropas do governo e dos rebeldes talibãs.

No momento, não se conhece com exatidão o número de vítimas dos combates travados, mas autoridades disseram que ao menos 60 pessoas morreram e 400 ficaram feridas.

O Exército afegão disse ter recuperado o controle de Kunduz, o que está longe de significar uma vitória a longo prazo de Cabul contra os talibãs.

DE SAÍDA

Apesar da investigação prometida por Obama, a Médicos Sem Fronteiras anunciou neste domingo (4) a retirada de todo seu pessoal de Kunduz.

"O hospital da MSF não pode continuar funcionando. Os pacientes em estado crítico foram transferidos para outros estabelecimentos. Nenhum funcionário da MSF está mais no hospital", informou Kate Stegeman, porta-voz da organização no Afeganistão.

"Neste momento, não sei dizer se o centro de traumatologia de Kunduz voltará a abrir", enfatizou.

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