Folha de S. Paulo


Egito concede perdão a cem prisioneiros, incluindo jornalistas

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, concedeu perdão a cem prisioneiros, incluindo três jornalistas da rede de TV Al Jazeera, nesta quarta-feira (23).

O canadense Mohamed Fahmy, o egípcio Baher Mohamed e o australiano Peter Greste haviam sido condenados a três anos de prisão em um julgamento em agosto por trabalhar sem licença para membros da imprensa e por transmitirem material prejudicial ao país. Greste já havia sido deportado em fevereiro.

A mulher de Fahmy confirmou a libertação dos dois profissionais da emissora ainda detidos.

Os três negavam todas as acusações, às quais chamaram de absurdas, e atribuíam suas prisões a parte de uma ampla deterioração da liberdade de expressão no país.

Khaled Elfiqi/Efe
. Cairo (Egypt), 29/08/2015.- Canadian-Egyptian Al-Jazeera journalist Mohamed Fahmy (L), lawyer Amal Clooney (C) and Canadian Ambassador to Egypt, Troy Lulashnyk (R) attend a court session, in the Tora prison, Cairo, Egypt, 29 August 2015. An Egyptian court on 29 August jailed a trio of Al Jazeera journalists for three years each on charges of broadcasting false news and working without permits, in the retrial of a case that has highlighted the country's crackdown on the media. (Egipto) EFE/EPA/KHALED ELFIQI
O jornalista Mohamed Fahmy (à esq.), a advogada Amal Clooney e o embaixador Troy Lulashnyk

O perdão foi divulgado pela agência de noticias estatal, afirmando que ele foi concedido a prisioneiros que violaram leis contra protestos e a alguns que estavam doentes.

Entidades de defesa dos direitos humanos têm acusado as autoridades do Egito de diversas violações desde que o Exército derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em 2013, após uma série de protestos contra suas medidas —muitas das quais endureciam leis baseadas em pretextos religiosos.

Dezenas de pessoas haviam sido presas em 2014 por desrespeito a leis do ano anterior que baniam protestos feitos sem permissão.

Entre os prisioneiros libertados, 16 são mulheres, segundo a agência de notícias estatal.

O perdão foi anunciado no mesmo dia em que a França anunciou que havia fechado a venda de dois helicópteros militares Mistral para o Egito. A venda dos mesmos aparelhos para a Rússia havia sido cancelada anteriormente por questões políticas.


Endereço da página:

Links no texto: