Folha de S. Paulo


Vice-ministra de Israel defende diplomata após reclamação do Brasil

A vice-ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, defendeu a nomeação do ex-dirigente colono Dani Dayan como embaixador no Brasil, depois que Brasília manifestou descontentamento, extraoficialmente, à sua designação.

"Dayan é a pessoa correta para representar neste momento Israel no Brasil", afirmou a ministra em comunicado divulgado à imprensa.

Hotovely acrescentou que "sua trajetória pública e sua ideologia devem ser uma vantagem, e não uma desvantagem, no momento em que vai representar a postura do atual governo, que apoia nosso direito de nos assentar em Judeia e Samaria" —estes últimos, os nomes bíblicos pelos quais Israel designa a Cisjordânia.

Rina Castelnuovo/The New York Times
Dani Dayan, the head of Israel's settler movement, visits the Eli Jewish settlement in the West Bank, May 24, 2012. Dayan has devoted the past five years to expanding the Jewish presence in those and other disputed historic places across the West Bank as chairman of the Yesha Council. (Rina Castelnuovo/The New York Times) ORG XMIT: XNYT94 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Dani Dayan, no assentamento de Eli, em 2012; ele foi apontado como o próximo embaixador no Brasil

As declarações da vice-ministra são a primeira reação oficial do governo israelense à informação publicada no domingo (20) dando conta de que a presidente Dilma Rousseff havia enviado uma mensagem na qual rejeitava a nomeação de Dayan.

Segundo o jornal "Yedioth Ahronoth", Dilma fez Israel conhecer seu incômodo com a designação de Dayan por ele viver em um assentamento em território ocupado e ter sido o máximo representante de um movimento que a comunidade internacional rejeita plenamente.

A mensagem foi enviada por meio de canais diplomáticos depois que o governo israelense solicitou a aprovação do brasileiro.

Nascido em Buenos Aires e formado em Finanças, Dayan, 59, foi presidente do Conselho Yesha —de assentamentos judaicos na Cisjordânia— entre 2007 e 2013 e é contrário à formação de um Estado palestino. Ele também esteve envolvido na diplomacia pública israelense dentro e fora do país.


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