Folha de S. Paulo


Local sagrado de Jerusalém vive terceiro dia de confrontos

A polícia israelense entrou em confronto com manifestantes palestinos nesta terça-feira (15) no complexo da mesquita de Al-Aqsa, no terceiro dia seguido de tumultos no local sagrado.

Segundo a porta-voz da polícia israelense, a polícia entrou no local, um dos mais importantes para o islã, para dispersar um grupo de manifestantes que haviam se abrigado na mesquita durante a noite, para impedir a visita de judeus.

Os manifestantes lançaram pedras, fogos de artifício, blocos de concreto e um coquetel molotov em direção aos israelenses, de acordo com a porta-voz. Dois palestinos foram detidos e cinco policiais sofreram ferimentos leves, disse ela.

Muammar Awad/Xinhua
(150915) -- JERUSALEM, Sept. 15, 2015 (Xinhua) -- Palestinians confront with Israeli police officers at a gate of al-Aqsa Mosque in the Old City of Jerusalem, on Sept. 15, 2015. Clashes between Israeli police and Palestinian protesters continued on Tuesday at East Jerusalem's flashpoint al-Aqsa compound for the third consecutive day of violence at the holy site. Police spokeswoman said that Israeli forces raided the compound to disperse a group of protesters who barricaded themselves inside the mosque overnight. (Xinhua/Muammar Awad)
Palestinos dentro de complexo da mesquita Al Aqsa entram em confronto com polícia israelense

De acordo com o diretor unidade palestina de emergências do Crescente Vermelho, Amin Abu Ghazaleh, vinte e seis palestinos foram feridos, nenhum deles seriamente.

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência depois que um motorista israelense morreu, na segunda (14), supostamente atingido por uma pedra lançada por palestinos.

Em comunicado, Netanyahu afirmou que procuraria encontrar maneiras de "modificar a legislação para fixar penas mínimas para aqueles que colocam vidas humanas em perigo jogando pedras, coquetéis molotov e explosivos".

Uma bomba lançada contra a polícia de dentro da mesquita incendiou um tapete e tábuas de madeira estocadas pelos manifestantes, Samri acrescentou —funcionários da mesquita conseguiram apagar o fogo. A polícia divulgou fotos mostrando pilhas de escombros carbonizados fora do local.

O local foi reaberto ao público mais tarde, mas um grupo de manifestantes permanecia dentro do complexo, segundo a polícia.

Azzam Khatib, diretor da autoridade religiosa que supervisiona o complexo, classificou a operação de "um desdobramento muito perigoso", alegando que as forças israelenses chegaram a entrar em locas centrais da mesquita.

A polícia nega, dizendo que agiu dentro da mesquita apenas para retirar as barricadas instaladas pelos manifestantes.

De acordo com as regras que regem o acesso a Al Aqsa, os judeus, bem como pessoas de outras religiões são autorizados a entrar no complexo em horários específicos, mas não podem rezar ali.

Omar Kiswani, diretor da mesquita, culpou a polícia israelense pelas tensões. Ele não comentou o uso de explosivos pelos manifestantes no local, o terceiro mais sagrado para o islã.

Nas redondezas, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar um outro grupo de palestinos.

MESQUITA E TEMPLO

A mesquita de Al Aqsa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, é um local de frequente conflito entre israelenses e palestinos. O local também é sagrado para os judeus, que se referem ao complexo como Monte do Templo.

Muitos judeus têm frequentado o local por conta do Ano-Novo judaico (Rosh Hashanah), que teve início no domingo e termina nesta terça (15).

Os Estados Unidos e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestaram preocupação com os episódios de violência.

O rei Abdullah, da vizinha Jordânia, disse que as ações israelenses eram provocadoras e poderiam pôr em perigo os laços entre os países, informou a mídia estatal nesta terça, enquanto o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou as ações de Israel.


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