Folha de S. Paulo


Líder estudantil é processado por manifestações de 2014 em Hong Kong

Vincent Yu - 27.nov.2014/AP
Prominent Hong Kong student protest leader Joshua Wong talks to reporters outside a court in Hong Kong Thursday, Nov. 27, 2014. Wong and other democracy protesters were arrested during a police operation to remove barricades from a protest camp in the unruly Mong Kok district. Wong was given bail and his case adjourned until January 14. (AP Photo/Vincent Yu) ORG XMIT: XVY108
O líder estudantil dos protestos pró-democracia de Hong Kong, Joshua Wong, fala a jornalistas

Joshua Wong, o rosto mais visível do movimento pró-democracia de Hong Kong, e outros dois líderes estudantis foram acusados nesta quinta-feira (27) pela polícia por seu papel nas gigantescas manifestações de 2014.

Processado por "reunião ilegal" e "incitação para terceiros participarem de uma reunião ilegal", o estudante, de 18 anos, denunciou uma perseguição política.

Outros dois líderes, Alex Chow e Nathan Law, foram acusados por motivos similares. Todos eles comparecerão ante a Justiça em 2 de setembro.

Por mais de dois meses, dezenas de milhares de pessoas encheram as ruas da antiga colônia britânica devolvida em 1997 à China para exigir um sufrágio universal sem restrições.

Os incidentes pelos quais foram acusados remontam a 26 de setembro de 2014, quando um grupo de estudantes invadiu um complexo de edifícios do governo local.

Wong e outros jovens foram detidos, o que provocou grandes manifestações em Hong Kong e o chamado movimento dos guarda-chuvas.

RAIO-X HONG KONGDados de 2013

"É uma perseguição política", disse Wong antes de entrar na delegacia para ser formalmente acusado. Participar desta ação "foi minha melhor missão em quatro anos de militância estudantil", afirmou.

O jovem também comparecerá na sexta-feira (28) junto a Nathan Law ante um tribunal de Hong Kong por ter sido acusado de obstruir o trabalho da polícia após uma manifestação em junho de 2014.

Os legisladores pró-democracia de Hong Kong rejeitaram em junho o controverso projeto de Pequim que fixava as modalidades das eleições ao cargo de chefe do executivo local em 2017.

Pequim havia aceitado instaurar um sufrágio universal pela primeira vez, mas o Partido Comunista chinês se reservava o controle sobre a seleção de candidatos.

Após a rejeição parlamentar, segue em vigor o sistema atual de designação do chefe do governo local pelas mãos de um colégio de grandes eleitores leal a Pequim.


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