Folha de S. Paulo


Documentos comprovariam relação da família Kirchner com empresário

Documentos encontrados pela Justiça no escritório de Máximo Kirchner, filho da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, comprovariam a relação comercial entre a família Kirchner e o empresário Lázaro Baez.

Baez controla a empresa Austral Construções, que contratou várias obras do governo nos últimos anos. A Justiça argentina investiga se ele teria desviado recursos dessas obras para repassar aos Kirchner.

A revelação foi feita pelo jornal "La Nación", que informa que foram encontrados recibos, contratos de aluguel e cheques de Baez aos Kirchner.

Carlos Brigo -2.jul.2015/AFP
Máximo Kirchner, filho da presidente, em comício em Santa Cruz, em julho
Máximo Kirchner, filho da presidente, cujo escritório foi vasculhado, durante comício em Santa Cruz

As denúncias contra o empresário, que comprovariam esse suposto desvio, estão sendo investigadas no caso chamado Hotesur, nome da empresa hoteleira da família Kirchner em Santa Cruz.

Segundo a investigação, uma das empresas de Baez teria pagado diárias fictícias em um hotel da família Kirchner. Reportagem do jornal "Clarín" desta segunda (24), afirma que as empresas de Baez teriam repassado 4 milhões de pesos por ano, por quatro anos, à família presidencial, apenas pela hospedagem no hotel Alto Calafate.

A família da presidente rejeita a acusação. Em seu último pronunciamento em rede nacional, na quinta (20), Cristina afirmou que a Austral é a 40ª empresa, entre as maiores contratadas em obras do governo.

"Se sou amiga dele, é melhor ele arrumar amigos melhores. Sou mais amiga de outros", disse a presidente.

Segundo reportagem do "La Nación", os documentos encontrados mostram que a família Kirchner tem uma relação comercial com a Austral Construções. A empresa teria alugado e comprado imóveis da família presidencial na província de Santa Cruz.

Esses papeis foram recolhidos pela Justiça no mês passado, sob ordem do juiz Claudio Bonadio, que depois dessa decisão foi afastado do caso. Ele foi acusado pela defesa de parcialidade.

Na Argentina, diferentemente do Brasil, os juízes são responsáveis também por orientar as investigações do Ministério Público.


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