Folha de S. Paulo


Cuba estaria melhor com regime democrático, diz Kerry em Havana

Pablo Martinez Monsivais/Reuters
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, faz discurso durante cerimônia em embaixada
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, faz discurso durante cerimônia em embaixada

Primeiro secretário de Estado dos EUA a visitar Havana desde 1954, John Kerry afirmou que "o povo de Cuba estaria melhor caso houvesse uma democracia genuína" na ilha em seu discurso.

Kerry falou ao público durante a cerimônia oficial de reabertura da embaixada americana em Cuba, que estava fechada desde 1961. A solenidade incluiu também o hasteamento da bandeira americana, procedimento realizado pelos mesmos três fuzileiros navais, agora veteranos, que baixaram o símbolo em frente ao prédio há 54 anos.

Arrancando aplausos das autoridades convidadas e das pessoas que se aglomeravam atrás das grades ao afirmar que tanto ele quanto o presidente Obama apoiavam o fim do embargo americano à ilha, Kerry também aproveitou para criticar a falta de democracia e a política antiliberal do regime castrista.

Kerry afirmou que os EUA permanecerão como "campeões dos princípios e reformas democráticas", mas que os cubanos é que devem determinar o futuro do país, comandado por Raúl Castro.

"Nós continuamos convencidos de que o povo de Cuba estaria melhor caso houvesse uma democracia genuína, na qual as pessoas são livres para escolher seus líderes, expressar suas ideias e praticar a sua fé; na qual o compromisso com a justiça econômica e social é realizada mais completamente; na qual as instituições respondem àqueles a que servem; e na qual a sociedade civil é independente e autorizada a florescer", afirmou.

Ele incitou ainda as autoridades do país a "tornar menos difícil aos cidadãos cubanos empreender".

Já na parte mais conciliadora do discurso, o secretário de Estado disse que a reabertura das embaixadas vai fazer com que o mundo "veja que não somos inimigos ou rivais, mas sim vizinhos" e que o passo vai facilitar o diálogo entre os países "mesmo sabendo que não estaremos de acordo em todas as questões".

"Não há o que temer, serão muitos os benefícios que teremos ao incentivarmos nossos cidadãos a se visitarem mais, a trocar ideias e a aprender uns com os outros", disse, em um dos dois momentos em que discursou em espanhol.


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