Folha de S. Paulo


Colômbia volta a ser líder mundial em cultivo de folha de coca, diz ONU

A Colômbia voltou a ter a maior área de produção de folha de coca na América do Sul depois que a área de cultivo da matéria-prima da cocaína passou por um crescimento de 44% em 2014. A lista era encabeçada pelo Peru desde 2012.

Segundo relatório do Escritório da ONU sobre Drogas e Crimes (UNODC) divulgado nesta quarta-feira (15), cerca de 69 mil hectares do território colombiano foram destinados ao cultivo de coca. Em 2013, eram 48 mil hectares.

No mesmo período, o vizinho Peru conseguiu reduzir em 14% sua área de plantações da erva, passando de 50 mil para 43 mil hectares. Com isso, teve seu quarto ano de queda e chegou ao menor espaço reservado desde 1998.

Os colombianos também superaram os peruanos em produção de folha de coca seca, com estimativa de 132,7 toneladas contra 100,8. O Peru, porém, possui maior produtividade por hectare se comparado ao vizinho.

O governo colombiano não comentou sobre o relatório. O principal motivo para o aumento, segundo a ONU, é o fim do programa de destruição aérea das produções. A iniciativa foi suspensa devido ao uso de um produto cancerígeno.

A maior parte da produção de coca no Peru e na Colômbia é destinada à produção da cocaína. Ainda nos dois países, ela é transformada em pasta base, forma com a qual segue para refinarias na Bolívia e no Brasil.

Devido à diferença de metodologia e às características do tráfico de drogas, não foi possível para as autoridades fazer o cálculo de quanto do material produzido nos dois países virou pasta base e cocaína.

Segundo o Escritório Nacional de Política de Controle de Drogas dos EUA, o Peru tem um potencial de produzir até 285 toneladas de cocaína por ano contra 245 toneladas da Colômbia.

GOVERNOS

O escritório da ONU ainda não divulgou os resultados referentes ao cultivo na Bolívia em 2014. Na série histórica, o país sempre esteve abaixo de seus vizinhos andinos. O Equador não participa do levantamento desde 2012.

O presidente da autoridade antidrogas peruana, Alberto Otárola, atribui a redução no país ao incentivo a outros cultivos e ao combate mais intenso às plantações ilegais de coca. O país só erradica as produções de forma manual.

Dos quatro países que tiveram seu cultivo de coca monitorado pela UNODC, só a Colômbia recebe atualmente ajuda dos Estados Unidos para erradicar a produção. No ano passado, o Peru deixou o programa americano.


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