Folha de S. Paulo


Empresa vende pirulitos e brownies de maconha nas ruas de Nova York

Cinco vans têm circulado por Nova York durante o verão vendendo pirulitos na rua e entregando em domicílio. Cada doce custa US$ 5 (R$ 15) e pode ser consumido em diferentes sabores: "sonho azul", "moça rosa", "gota de limão"...

O veículo é todo pintado de verde e leva imagens aumentadas do produto nas portas e capô. Basta um olhar minimamente atento para perceber a classificação indicativa: são doces à base de maconha.

Além dos pirulitos, há brownies e cookies, que já estavam esgotados quando a Folha encontrou um dos carros no West Village, região badalada da cidade nesta semana.

A empresa Weed World Candy (mundo doce da maconha) existe há quase uma década. Tem cerca de 20 vans espalhadas pelos Estados Unidos que distribuem produtos feitos com a droga.

Em seu site, afirma que o negócio respeita a legislação de todos os Estados americanos e do país.

Thais Bilenky/Folhapress
Funcionário da Weed World Candy vende pirulito de maconha no West Village, em Nova York
Funcionário da Weed World Candy vende pirulito de maconha no West Village, em Nova York

Mas o vendedor que dirigia a van disse que, nos cinco anos em que está na função, foi preso quase uma dezena de vezes, sempre por não mais de 12 horas.

"É o tempo de os policiais perceberem que a atividade não é ilegal", diz.

A persistência no emprego se deve ao "amor à maconha", explica, com um sorriso discreto e meias e bermuda estampadas com a imagem da planta.

Os Estados do sul do país são os mais refratários à comercialização de produtos à base da droga, constatou o vendedor.

Segundo o site de notícias Al.com, do Alabama, dois homens da região foram presos em abril em Nova Orleans vendendo produtos da Weed World Candy.

O site informa que a empresa faz parte de um movimento pela legalização da maconha, mas que os produtos não contêm THC, substância psicoativa da erva.

O vendedor de Nova York informou o contrário. Segundo ele, depois de 20 minutos, a pessoa que ingere o produto começa a sentir alteração, que se estende por 40 minutos.

Um homem e uma mulher que consumiam o produto na calçada disseram que tinha muito açúcar na composição e que não sentiram efeito expressivo.

A reportagem não os localizou 20 minutos depois para verificar se houve, ou não, alguma alteração.


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