Folha de S. Paulo


Brasil e EUA mantêm vistos, mas vão agilizar entrada de viajante frequente

Brasileiros que viajam frequentemente aos EUA poderão se inscrever no programa "Global Entry", que permite a quem já tem visto evitar as filas na imigração americana, em casos específicos.

A presidente Dilma Rousseff anunciou a inclusão no programa, a partir do primeiro semestre de 2016, ao lado do americano Barack Obama.

O custo de adesão por viajante é US$ 100 (R$ 310) por cinco anos, e o participante tem que fazer um cadastro e ser considerado de baixo risco por autoridades americanas.

Empresários com visitas regulares aos dois países são candidatos naturais.

Além dos acordos de defesa e da liberação da carne "in natura" brasileira anunciados na véspera, foi fechado acordo para evitar a dupla cobrança de Previdência de funcionários de empresas de um país que trabalhem no outro.

Projetos mais ambiciosos, como liberação de vistos e acordos comerciais, ficaram de fora. Sobrou, porém, simbologia positiva: Obama disse que o Brasil é "potência global" e dedicou bastante tempo a Dilma, ao contrário do que ocorreu na visita anterior da presidente, em 2012.

Desta vez, visitaram juntos o memorial ao líder civil Martin Luther King Jr, tiveram um jantar privado e uma reunião de trabalho de uma hora e meia.

Entraram no Salão Oval os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Joaquim Levy (Fazenda), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Aldo Rebello (Ciência e Tecnologia) e Kátia Abreu (Agricultura), além do embaixador Luiz Alberto Figueiredo.

Obama levou a conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, e diplomatas.

O clima também foi mais caloroso. No pronunciamento, ambos fizeram piadas.

Obama disse que gostaria de voltar ao Brasil, pois só seu vice, Joe Biden, fora convidado para a Copa.

Dilma respondeu convidando-o à Olimpíada de 2016 e lhe dando um moletom verde amarelo.

Editoria de Arte/Folhapress

O americano citou "sacrifícios que a presidente Dilma fez na vida", aludindo à tortura sob a ditadura. Ela o chamou de "nosso querido presidente Barack Obama", e ele agradeceu "pela amizade".

EX-SECRETÁRIA

À tarde, Dilma passou uma hora com a ex-secretária de Estado Madeleine Albright, próxima de Hillary Clinton, favorita para suceder Obama.

Presente ao encontro, o ex-embaixador no Brasil Anthony Harrington disse que ficou claro "o investimento pessoal" de Obama em reforçar a relação bilateral.

"O humor é muito bom nos dois lados, houve gestos de amizade, agora é hora de ir atrás dos objetivos ambiciosos."

Aludindo à China, afirmou que "o comércio com os EUA inclui diversos produtos com alto valor agregado", e não apenas matérias-primas.

No fim da tarde, Dilma encerrou evento de empresários na Câmara Americana de Comércio, e à noite seguiu para a Califórnia, onde, nesta quarta, tem uma agenda voltada à inovação com uma visita à Nasa, agência aeroespacial americana.


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