Folha de S. Paulo


'Houve um êxodo em massa', diz testemunha de massacre na Tunísia

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"Houve um êxodo em massa da praia", disse o turista britânico Gary Pine ao descrever o pânico em um balneário tunisiano que foi alvo do ataque de um atirador] nesta sexta-feira (26).

Pine estava com sua mulher na praia no balneário tunisiano de Sousse, a 150 km de Túnis, quando ouviu o som do que pareciam ser fogos de artifício.

Eles gritaram para que seu filho saísse da água, agarraram seus pertences e correram em direção ao Hotel Riu Imperial Marhaba.

Pine também contou que seu filho viu uma pessoa ser atingida por um disparo.

No hotel, relatou, o clima era de "puro pânico". "Havia várias pessoas preocupadas, algumas choravam em pânico. Também houve hóspedes, os mais velhos, que torceram o tornozelo; outros ficaram feridos com cortes e arranhões", disse.

O atentado na Tunísia aconteceu quase ao mesmo tempo de uma explosão de um homem-bomba em uma mesquita no Kuait e de um ataque em uma fábrica dos EUA na França que incluiu uma decapitação.

Apesar de ainda não está claro se os três atos de violência têm relação, eles aconteceram após a facção radical Estado Islâmico ter convocado seus seguidores à violência no mês sagrado do Ramadã.

"O atirador abriu fogo com um Kalashnikov contra os turistas e tunisianos na praia", afirmou um funcionário de um hotel próximo aos ataques. "Ele era um jovem usando shorts, como se fosse ele mesmo um turista."

A irlandesa Elizabeth O'Brien, que estava em férias com seus dois filhos, disse que estava na praia quando ouviu os tiros.

"Pensei, 'Meu Deus, parecem disparos", então eu apenas corri para água para pegar meus filhos e peguei minhas coisas", relatou O'Brien, que se escondeu em seu quarto no hotel.

Os garçons e os seguranças na praia começaram a gritar "corra, corra, corra!".

Atentado na Tunísia

"Nós conseguimos sair correndo e nos escondemos no quarto. Íamos descer para a rua e ouvimos gritos e avisos pelo circuito interno de áudio", explicou por telefone uma das testemunhas, que pediu para não ser identificada.

A Tunísia está em alerta desde março, quando dois tunisianos vindos da Líbia deixaram 22 mortos no Museu do Bardo, um dos piores ataques em um década no país.


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