Folha de S. Paulo


Atentados terroristas atingem França, Tunísia e Kuait

França, Tunísia e Kuait foram alvo nesta sexta (26) de grandes ataques de grupos extremistas, que mataram dezenas de pessoas e alarmaram a comunidade internacional.

O Departamento de Estado dos EUA disse que não havia nenhuma evidência até agora de que os ataques terroristas tenham sido coordenados.

O porta-voz John Kirby afirmou que as ações ainda estão sendo investigadas, mas que até agora não havia "nenhuma indicação em um nível tático de que foram coordenados".

"Obviamente, claramente, todos foram ataques terroristas", disse Kirby em coletiva.

Apesar da declaração do porta-voz do Pentágono, os atentados ocorrem três dias após membros do Estado Islâmico terem feito um chamado a seus seguidores incentivando o "martírio" no mês sagrado do Ramadã. O grupo assumiu a autoria da ação no Kuait.

A extensão geográfica dos atentados —que ocorreram em três continentes— mostra a disseminação da ameaça de facções extremistas pelo planeta.

Atentados pelo mundo

TUNÍSIA

O pior atentado ocorreu em uma praia turística na Tunísia, em que dezenas de banhistas —muitos deles britânicos e alemães— foram mortos por um atirador disfarçado de turista.

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Em março, outro ataque no país, no Museu do Bardo, atração turística perto do Parlamento tunisiano, matou 22 estrangeiros e deixou dezenas de feridos.

A Tunísia é o único país que conseguiu manter um governo democrático laico após a Primavera Árabe, em 2011. A nação sofre influência, porém, de grupos radicais e células terroristas.

Segundo fontes independentes consultadas pelo governo americano, ao menos 3.000 tunisianos deixaram o país nos últimos anos para se juntar às fileiras de facções extremistas como o EI.

FRANÇA

Na França, uma cabeça decapitada foi encontrada em uma usina de gás com bandeiras e inscrições em árabe. Também houve explosões que deixaram ao menos dois feridos. Um suspeito foi preso.

Em dezembro do ano passado, o Ministério de Interior da França estimou que ao menos 1.200 cidadãos ou residentes franceses estavam envolvidos com grupos extremistas na Síria, berço do EI.

KUAIT

No Kuait, um homem-bomba atacou uma mesquita xiita durante as preces de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos.

O Kuait é considerado um importante aliado americano na região do golfo Pérsico. Segundo o Departamento de Estado, em relatório divulgado em junho, o país vem sendo um parceiro-chave no combate dos EUA ao EI.

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O Conselho Europeu pronunciou-se condenando os três ataques. "O extremismo e o terrorismo minam as bases das sociedades democráticas e são completamente inaceitáveis", disse Anne Brasseur, presidente da assembleia parlamentar do conselho.

Também o Itamaraty soltou uma nota repudiando os atentados.


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