Folha de S. Paulo


Atirador mata ao menos 38 em hotel em balneário da Tunísia

Veja vídeo

Um atirador disfarçado de turista abriu um guarda-sol e retirou dele uma Kalashnikov para abrir fogo nesta sexta-feira (26) contra banhistas europeus em um ataque que deixou ao menos 38 mortos e 36 feridos no popular balneário de Sousse, a cerca de 150 km de Túnis.

A ação foi reivindicada pelo Estado Islâmico, em comunicado divulgado pelo fórum de monitoramento do extremismo islâmico SITE.

As vítimas, em sua maioria turistas britânicos, alemães e belgas, foram mortos enquanto estavam na praia e na piscina do Hotel Riu Imperial Marhaba, que fica no bairro de Port El Kantaoui. O atirador também disparou contra turistas dentro do estabelecimento.

O presidente do país, Beji Caid Essebsi, reagiu afirmando que "o alvo do ataque é o coração da Tunísia", em referência à importância que o setor turístico tem na economia do país. Ele também anunciou que "o Estado adotará medidas dolorosas, mas necessárias" após o ataque. As medidas, acrescentou, serão anunciadas em breve.

O atentado na Tunísia aconteceu quase ao mesmo tempo de uma explosão de um homem-bomba em uma mesquita no Kuait e de um ataque em uma fábrica dos EUA na França que incluiu uma decapitação.

O Departamento de Estado dos EUA disse que ainda não há nenhuma evidência de que os três ataques tenham sido coordenados.

Apesar disso, os atentados aconteceram após a facção radical Estado Islâmico ter convocado seus seguidores à violência no mês sagrado do Ramadã.

O ataque na Tunísia, o pior que já aconteceu no país, foi lançado poucos meses depois do atentado de 18 de março no Museu Bardo, que deixou 22 mortos, em suas maioria turistas.

Inicialmente, as autoridades acharam que havia mais de um atirador no ataque desta sexta, mas o secretário de Estado do Ministério do Interior, Rafik Chelli, afirmou à Associated Press que a ação foi de uma única pessoa, um jovem estudante não previamente conhecido pelas autoridades.

O massacre no hotel, que fica no bairro de Port El Kantaoui, acabou quando o atirador foi morto em uma troca de tiros com a polícia. O Hotel Riu Imperial Marhaba pertence à rede espanhola RIU Hotels & Resorts, que tem mais de cem hotéis em 19 países.

PÂNICO

A carnificina começou na praia, onde turistas descreveram ouvir sons parecidos com fogos de artifício para então começar a correr por suas vidas ao perceber que eram disparos.

"Houve um êxodo em massa da praia, disse o turista britânico Gary Pine ao canal Sky News. Pine também contou que seu filho viu uma pessoa ser atingida por um disparo.

Atentado na Tunísia

Imagens de vídeo mostram médicos usando cadeiras de praia como macas para carregar as vítimas vestidas com seus trajes de banho.

"Ele tinha um guarda-sol em suas mãos. Ele se abaixou para colocá-lo na areia da praia e então retirou a Kalashnikov e começou a disparar", disse Chelli, o secretário de Estado do Ministério do Interior.

O atirador então se dirigiu para a piscina do hotel antes de entrar no prédio, matando pessoas no caminho.

O hotel instruiu os hóspedes a se trancar em seus quartos e, depois, a se juntar no lobby.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou uma reunião de emergência em resposta aos ataques na França e na Tunísia.

Ele forneceu condolências e "nossa solidariedade em combater a maldade do terrorismo".


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