Folha de S. Paulo


Nos EUA, Dilma deve visitar memorial de Martin Luther King

A presidente Dilma Rousseff deve ir ao memorial de Martin Luther King (1929-1968) em Washington para prestar homenagem ao líder dos direitos civis nos EUA e às vítimas do massacre na igreja de Charleston, que deixou nove mortos na semana passada.

Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma será acompanhada pelo presidente americano Barack Obama na visita ao memorial no dia 29, antes de seguir para a Casa Branca, onde será recebida em jantar para cerca de 20 pessoas.

O Brasil e os Estados Unidos têm um Plano de Ação Conjunto para a Eliminação da Discriminação Racial, assinado pela então secretária de Estado Condoleezza Rice, que chegou a visitar a cidade de Salvador em 2008.

Também se discute uma visita de Dilma ao memorial de Franklin Delano Roosevelt, ex-presidente americano (1933-1945) que ajudou a tirar os EUA da depressão econômica com seu plano econômico chamado de New Deal.

Yin Bogu - 20.jan.2014/Xinhua
Multidão participa de ato em frente ao memorial a Martin Luther King, em Washington, em 2014
Multidão participa de ato em frente ao memorial a Martin Luther King, em Washington, em 2014

Mas é mais provável que a presidente faça a homenagem ao líder negro para ressaltar o comprometimento dos dois países com a promoção da igualdade racial.

Em setembro do ano passado, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acompanhou Obama em visita ao mesmo memorial.

No dia 30 de manhã, Dilma terá um encontro de trabalho com Obama no Salão Oval da Casa Branca.

De lá, seguirá para um almoço no Departamento de Estado, oferecido pelo vice-presidente, Joe Biden.

À tarde, Dilma vai se encontrar com Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos EUA que é muito próxima da candidata presidencial Hillary Clinton.

No fim da tarde, a presidente faz o discurso de encerramento em evento para empresários na Câmara Americana de Comércio.

A presidente irá aos EUA acompanhada de ao menos oito ministros. Muitos participarão do seminário de infraestrutura em Nova York, no dia 29, para "vender" o ajuste fiscal e o pacote de concessões a investidores.

Uma das maiores prioridades do governo americano é arrancar do Brasil um comprometimento mais concreto em relação à mudança climática, de olho na conferência do clima que se realiza em Paris, no fim do ano.

Os EUA tinham a expectativa de assinar com o Brasil um acordo semelhante ao fechado com a China em novembro do ano passado, em que ambos países estabeleciam metas concretas para redução de emissões.

Segundo a Folha apurou, o Brasil não deve anunciar suas metas de redução. Mas o país está aberto a se comprometer com metas concretas de uso de energia renovável, reflorestamento, uso de terra e outros parâmetros.

Na visão do governo, o acordo entre EUA e China foi muito positivo, mas o país mantém a visão de que "os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica e que os países pobres não podem pagar essa conta".


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