Folha de S. Paulo


Ministra francesa pede que não se coma Nutella para proteger ambiente

A Nutella se tornou alvo de ataques da ministra da Ecologia francesa, Ségolène Royal, devido ao impacto ambiental decorrente da produção de sua matéria-prima.

"É preciso reflorestar de modo massivo, porque houve um desmatamento massivo que contribui para o aquecimento global. É preciso parar de comer Nutella, por exemplo, porque é feita de óleo de palmeira", disse a ministra na noite desta segunda-feira (15) durante entrevista à emissora francesa Canal+.

"Palmeiras [para a produção] de óleo substituíram árvores, provocando danos consideráveis ao meio ambiente", afirmou, adicionando que o creme de avelãs deveria ser produzido com "outros ingredientes".

Giuseppe Cacace - 17.mai.2014/AFP
Homem prepara pães com Nutella na Itália; produto virou alvo de polêmica após fala de ministra fancesa
Homem prepara pães com Nutella na Itália; produto virou alvo de polêmica após fala de ministra fancesa

Na terça (16), a empresa italiana Ferrero, que produz a Nutella, afirmou em um comunicado –sem se referir diretamente às falas de Royal– que é "consciente das questões ambientais" e que adotou "diversos compromissos com relação ao seu fornecimento de óleo de palmeira".

"O cultivo de palmeira para a extração de óleo pode caminhar junto ao respeito ao ambiente e às populações", adicionou a Ferrero, que importa a matéria-prima da Malásia, de Papua-Nova Guiné e do Brasil.

Os comentários de Royal surtiram efeitos sobre as relações entre a França e a Itália. Nesta quarta (17), o ministro do Ambiente italiano, Luca Galletti, disse que a sua colega francesa deveria "deixar os produtos italianos em paz".

"Ségolène Royal está preocupada. Deixe os produtos italianos em paz. A janta de hoje (...) será pão com Nutella", afirmou Galetti.

Não é a primeira vez que a Nutella é alvo de polêmica na França. Em 2012, o Parlamento do país votou e rejeitou um projeto de lei que propunha um aumento de 300% na taxa sobre o óleo de palmeira.

Seus defensores argumentavam que o produto seria prejudicial ao meio ambiente e que contribuiria para a obesidade infantil.


Endereço da página: