Folha de S. Paulo


Candidato único, José Graziano é reeleito diretor-geral da FAO

O ex-ministro José Graziano foi reeleito neste sábado (6) diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). O brasileiro era candidato único e terá mandato até julho de 2019.

Coordenador inicial do Fome Zero no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2007), ele obteve o apoio de 177 dos 182 países da entidade durante a votação na primeira sessão da Conferência da FAO, em Roma.

O evento, que vai até o próximo sábado (13), teve em sua primeira sessão discursos de Lula e da presidente do Chile, Michelle Bachelet. Além deles, também deverão falar no evento a argentina Cristina Fernández de Kirchner e o venezuelano Nicolás Maduro.

Desde que assumiu como diretor-geral da entidade, em janeiro de 2011, Graziano conduziu uma reforma na agência que recebeu o apoio dos países-membros. Antes, foi chefe do escritório regional para América Latina e Caribe.

Agrônomo graduado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP e doutorado pela Unicamp, José Graziano da Silva é autor de estudos sobre a questão agrária no Brasil.

Entre 2003 e 2004, atuou no gabinete do então presidente Lula como ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, sendo considerado 'pai' do Programa Fome Zero.

Curiosamente, Graziano tem cidadania tripla: nasceu em Urbana, cidade do Estado norte-americano de Illinois, de pais brasileiros de origem italiana.

DIPLOMACIA

A presidente Dilma Rousseff celebrou a manutenção do brasileiro no cargo. "A eleição de Graziano comprova suas sólidas credenciais e importante contribuição para as políticas de combate à pobreza, em especial o Programa Bolsa Família, que faz do Brasil referência internacional", disse ela em comunicado.

Em dezembro, seis meses antes das eleições de junho, diplomatas brasileiros foram orientados pelo Itamaraty a reservar tempo em suas agendas e fazer campanha pela recondução de Graziano à direção da FAO.

Embaixadores foram orientados a angariar votos em encontros com ministros da Agricultura e das Relações Exteriores em países em que atuam.

Mesmo dentro de um quadro marcado pela contenção de despesas no Itamaraty, a força-tarefa do governo brasileiro não mediu recursos pela reeleição de Graziano e também montou, em Brasília, uma coordenação com esse propósito chefiada pelo diplomata Julio Cezar Zelner Gonçalves, ex-cônsul-geral em Paris.


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