Folha de S. Paulo


Indonésia reboca barco com imigrantes para fora de suas águas

Um barco que transportava centenas de imigrantes oriundos de Mianmar e Bangladesh foi rebocado para fora das águas territoriais da Indonésia por determinação das autoridades em Jacarta, um dia após a embarcação chegar à costa de Aceh, informou a Marinha do país nesta terça-feira (12).

"Foi rebocado para fora do território indonésio. Não os estamos forçando a ir à Malásia ou à Austrália, não é nosso problema. Nosso problema é que não entrem na Indonésia porque a Indonésia não é seu destino", disse o oficial Manahan Simorangkir.

Manan Vatsyayana - 11.mai.2015/AFP
Imigrantes bangaleses aguardam apói serem resgatados de embarcação abandonada na Indonésia
Imigrantes bangaleses aguardam apói serem resgatados de embarcação abandonada na Indonésia

As autoridades informaram que o barco, que havia chegado à costa de Aceh nesta segunda-feira (11) com cerca de 400 imigrantes a bordo, foi abastecido de combustível e levado para fora das águas territoriais da Indonésia, sem confirmar seu destino provável.

No final de semana, a Indonésia e a Malásia haviam resgatado pelo menos 2.000 imigrantes que haviam sido abandonados em embarcações por traficantes de pessoas. A Organização Internacional para Migração (OIM) havia estimado que outros 8.000 poderiam estar à deriva.

Segundo a OIM, um endurecimento da Tailândia em relação a fluxos de imigração recentes fez com que muitos traficantes de pessoas abandonassem imigrantes em alto mar.

"É necessário um esforço regional (...), não temos a capacidade para socorrê-los, mas os governos, sim, têm barcos e satélites", disse o porta-voz da OIM Joe Lowry, acrescentando que muitos imigrantes estão em péssimas condições, e que alguns podem já estar mortos.

Muitos dos imigrantes são muçulmanos rohingyas, um grupo considerado pela ONU como uma das minorias mais perseguidas do planeta.

Mianmar, um país de maioria budista, considera os cerca de 1,3 milhão de rohingyas em seu território como imigrantes ilegais de Bangladesh.

Segundo Vivian Tan, representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados em Bangcoc, os "traficantes mantém pessoas cativas no mar porque temem se aproximar da costa". "Parece que os contrabandistas abandonaram gente no mar, podem estar lá há semanas, até meses."

"Estão lá há muito tempo", com pouca água e comida, e "podem estar gravemente doentes".


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