Quase 2.000 imigrantes, procedentes de Mianmar e Bangladesh, foram resgatados nos últimos dois dias nas costas da Indonésia e da Malásia, anunciaram as autoridades. Outras milhares de pessoas podem continuar à deriva.
Segundo a Organização Internacional para Migração (OIM), um endurecimento da Tailândia em relação a fluxos de imigração recentes fez com que muitos traficantes de pessoas abandonassem imigrantes.
Até 8.000 pessoas podem estar abandonadas em embarcações à deriva, de acordo com a OIM.
| Efe | ||
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| Imigrantes descansam após resgate na Malásia |
Cerca de 1.400 pessoas foram resgatadas nesta segunda-feira (11), um dia depois da operação que salvou 600 imigrantes em uma embarcação de madeira na costa da província de Aceh, na Indonésia.
Mais de mil imigrantes procedentes de Bangladesh e Mianmar chegaram nesta segunda ao litoral da Malásia, após terem sido abandonados por traficantes de pessoas na ilha de Langkawi, anunciou a polícia. Um barco foi confiscado, mas os outros dois conseguiram fugir. Muitas pessoas chegaram à costa a nado.
"Nossa equipe localizou outra embarcação com mais de 400 imigrantes rohingyas de Mianmar e Bangladesh, à deriva na costa de Aceh, esta manhã", declarou à agência AFP Budiawan, coordenador do resgate.
Quase mil imigrantes estão em abrigos e casas particulares da região, onde recebem atendimento médico e refeições, segundo Budiawan.
Os barcos, que têm como destino mais frequente a Tailândia parecem ter sido desviados para os países vizinhos depois que o governo tailandês adotou medidas contra os traficantes de imigrantes.
As autoridades de Mianmar consideram os rohingyas, uma minoria muçulmana de quase de 800.000 pessoas, imigrantes ilegais procedentes da vizinha Bangladesh. Nos últimos anos, a violência sectária obrigou milhares de rohingyas a fugir para salvar a vida.
Os rohingyas, considerados pela ONU uma das minorias mais perseguidas do mundo, tentam chegar à Malásia, país de maioria muçulmana, passando pelo sul da Tailândia ou pelo mar de Andaman, com a ajuda de traficantes.
O surto de imigração no sudeste asiático se intensifica no mesmo momento em que autoridades europeias buscam conter o fluxo de imigração pelo Mediterrâneo, onde milhares de pessoas morreram afogadas nos últimos meses ao tentar chegar à Europa em embarcações precárias.