Folha de S. Paulo


Manifestações marcam um ano do sequestro de garotas pelo Boko Haram

Manifestações em todo o mundo marcam nesta terça-feira (14) um ano do sequestro em massa de centenas de estudantes de uma escola em Chibok, no nordeste da Nigéria, pelo grupo extremista islâmico Boko Haram.

Com uma esperança menor em relação à possibilidade de que elas possam ser encontradas, muitos mudaram o slogan inicial de "Traga Nossas Garotas de Volta -Agora e Vivas" para "Nunca Serão Esquecidas".

Em um comunicado, o presidente eleito da Nigéria, Muhammadu Buhari, disse que não pode prometer encontrar as 219 meninas que continuam desaparecidas.

"Não sabemos se as garotas de Chibok podem ser resgatadas. Seu paradeiro continua desconhecido", afirmou. "Por mais que eu queira, não posso prometer que vamos encontrá-las."

A declaração de Buhari, um ex-ditador da Nigéria que foi eleito democraticamente em 28 de março, representa uma clara diferença em relação ao presidente Goodluck Jonathan, que, depois de seu governo ter inicialmente negado o sequestro, fez promessas vazias de que elas seriam resgatadas.

"Ouvimos a angústia de nossos cidadãos e temos a intenção de responder de acordo", afirmou Buhari. "Essa nova abordagem também deve começar com honestidade."

Várias dezenas de garotas conseguiram escapar dos sequestradores quando eram levadas como reféns à floresta de Sambisa. Acredita-se que as 219 desaparecidas podem ter sido divididas em grupos, com algumas testemunhas afirmando que algumas foram levadas a Camarões.

O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, alegou que as meninas se converteram ao Islã e se casaram com combatentes do grupo.

Seu sequestro desatou comoção mundial expresso pela hashtag #BringBackOurGirls (traga nossas garotas de volta).

Ao menos 2.000 mulheres e garotas foram sequestradas pelo Boko Haram desde o início de 2014, e muitas foram forçadas à escravidão sexual e treinadas para o combate, disse a Anistia Internacional.

Centenas de meninos e adolescentes também foram sequestrados e forçados a lutar com os extremistas. O grupo matou os que se recusaram, afirmou a Anistia.


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