Folha de S. Paulo


Hillary Clinton anuncia que disputará Presidência dos EUA

A ex-secretária de Estado Hillary Rodham Clinton anunciou neste domingo (12) que disputará a Presidência dos EUA pela segunda vez, pondo fim a dois anos de especulação e se colocando como a provável vencedora da nomeação do Partido Democrata para a disputa.

Em um vídeo, a ex-primeira-dama afirmou que "os americanos comuns precisam de um defensor. Eu quero ser esse defensor".

A decisão de Hillary efetivamente dá início a uma das disputas menos concorridas entre os democratas na história recente —um amplo contraste com as primárias de 2008, quando Hillary, inicialmente favorita, acabou perdendo a nomeação após uma longa e cara batalha com Barack Obama.

Independentemente do resultado, a campanha de 2016 de Hillary abrirá um novo capítulo na extraordinária vida de uma figura pública que cativou e polarizou o país desde que seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, declarou sua intenção de concorrer à Presidência em 1991.

Hillary foi a coestrela do governo Clinton, a única primeira-dama a já ser eleita para o Senado dos EUA e uma diplomata que surpreendeu seu país ao servir fielmente sob um presidente que a derrotou.

Recentemente, Hillary enfrentou críticas após a descoberta de que usou um endereço privado de e-mail no cargo ministerial e que parte das mensagens não foi entregue aos arquivos públicos, como é de regra.

A informação veio à tona após o conteúdo do e-mail pessoal de Hillary ter sido incluído na investigação feita por uma comissão do Congresso americano de um atentado à embaixada dos EUA na Líbia, em 2012.

Essa investigação pode ser um problema para Hillary durante a campanha. Em 11 de setembro daquele ano, grupos invadiram o prédio e mataram o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, e mais três diplomatas.

Em mais de uma ocasião, Hillary disse que era ela a responsável pela segurança no local.

Hillary, que é filha de um pequeno comerciante e uma dona de casa, cresceu no subúrbio de Chicago e conheceu Clinton na Faculdade de Direito de Yale.

Darren Ornitz/Reuters
Partidárias de Hillary participam de comício em Manhattan, Nova York
Partidárias de Hillary participam de comício em Manhattan, Nova York
Editoria de arte/Folhapress

REPUBLICANOS

Do lado republicano, dois nomes já figuram entre os pré-candidatos: os senadores Ted Cruz, do Texas, ultraconservador, e Rand Paul, de Kentucky, um conservador libertário.

Mas muitos outros devem se candidatar à vaga, incluindo o ex-governador texano Jeb Bush —cujo pai e irmão já foram presidentes.

Se a eleição voltar a ser uma disputa entre um Clinton e um Bush, reviverá o debate sobre as poderosas dinastias políticas nos EUA.

Entre os democratas, as opções de candidaturas deverão ser menores. Hillary talvez dispute a nomeação com o ex-governador de Maryland Martin O'Malley e com o vice-presidente Joe Biden.

Muitos à ala mais esquerdista do partido defendem a candidatura da senadora de Massachusetts Elizabeth Warren, mas ela disse em entrevistas que não pretende concorrer.


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