Folha de S. Paulo


Uruguaio Luis Almagro é eleito novo secretário-geral da OEA

O ex-chanceler uruguaio Luis Almagro foi eleito nesta quarta-feira (18) o novo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), cargo que disputava como candidato único e que ocupará no final de maio por um período de cinco anos.

Almagro, de 51 anos, foi eleito por 33 votos —e uma só abstenção— em uma Assembleia Geral extraordinária da OEA que contou com o comparecimento de chanceleres e representantes dos 34 Estados-membros da organização, à qual pertencem todos os países da América, menos Cuba.

Nicolás Celaya/Xinhua
Uruguaio Luis Almagro, eleito novo secretário-geral da OEA
Uruguaio Luis Almagro, eleito novo secretário-geral da OEA

"Declaramos eleito novo secretário-geral de nossa organização o doutor Luis Almagro Lemes", disse o chanceler da Guatemala, Carlos Raúl Morales, que exerceu papel de presidente da sessão na OEA.

O ex-chanceler uruguaio substituirá à frente do organismo o chileno José Miguel Insulza, que abandonará seu cargo em 25 de maio após quase uma década à frente da instituição.

Após a retirada nos últimos meses de dois candidatos, o peruano Diego García Sayán e o guatemalteco Eduardo Stein, a maior parte do continente respaldou Almagro.

Almagro, que até o mês passado era chanceler no governo do ex-presidente uruguaio José Mujica, se comprometeu a "dar à OEA uma credibilidade que hoje todos reivindicam", como indicou na apresentação de sua candidatura no mês passado.

A escolha aconteceu por voto secreto a pedido da Jamaica, Bahamas, Suriname e Canadá, apesar de o chanceler de Honduras, Arturo Currais, ter solicitado que, dado que só havia um candidato, fosse eleito por aclamação —ou seja, sem votação formal e por unanimidade.

México, Brasil, Panamá, Peru, Equador e Paraguai respaldaram essa proposta de Honduras, que finalmente não prosperou porque, no caso de somente um país solicitar a votação de maneira secreta, o regulamento da OEA estabelece que o procedimento deve ser este.

O embaixador da Jamaica perante a OEA, Stephen Vasciannie, disse que seu país considera que um voto por aclamação "não seria o modo adequado" e que o voto secreto "dá a oportunidade aos Estados de se expressar em privado".

"Isso não reflete nenhuma crítica para o candidato", acrescentou Vasciannie em seu turno de palavra, que, além disso, considerou que esse método reforça o caráter democrático da organização.


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